O Partido dos Trabalhadores (PT) enviou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) para a Argentina, nesta quarta-feira, 18, para participar de um evento em apoio à ex-presidente Cristina Kirchner. Em comunicado, o partido declarou que Kirchner, condenada a seis anos de prisão por corrupção, sofre uma “perseguição político-judicial”.
Paulo Pimenta, que já foi ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo Lula, representa o PT nacional no ato realizado no centro de Buenos Aires, reunindo simpatizantes de Kirchner.
O PT compara a condenação de Kirchner com a de Lula na Operação Lava Jato, onde o ex-presidente foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá e esteve preso entre abril de 2018 e novembro de 2019.
Em nota, Paulo Pimenta afirmou: “O PT mantém viva a memória das manifestações dos companheiros da Argentina, incluindo a ex-presidenta Cristina Kirchner, durante o período em que Lula foi alvo da Operação Lava Jato no Brasil”.
Ele completou dizendo que o partido se solidariza nesse momento em que uma liderança popular conhecida é novamente afastada da política, assim como aconteceu no passado com Perón e mais recentemente com Lula.
Detalhes da condenação
A Suprema Corte argentina confirmou recentemente uma sentença contra Cristina Kirchner por corrupção, relacionada a superfaturamento e favorecimento em contratos para obras públicas em Santa Cruz durante sua presidência.
A ex-presidente solicitou cumprir a pena em prisão domiciliar, ressaltando sua idade superior a 70 anos e citando também o atentado sofrido em 2022. Os advogados também pediram que ela fosse dispensada do uso de tornozeleira eletrônica, o que foi negado pela Justiça.
Na terça-feira, 17, a Justiça Federal permitiu a prisão domiciliar de Cristina Kirchner. Dessa forma, ela não precisará comparecer ao tribunal apesar da intensa mobilização peronista.
Desde a condenação, seu bairro, Constitución, tem presenciado uma mobilização que lembra o apoio recebido por Lula durante sua prisão em 2018.
Em nota oficial, o PT alega que Cristina Kirchner, assim como Lula, sofre uma perseguição política com utilização do fenômeno conhecido como lawfare – o uso político do Judiciário para atingir objetivos políticos. O partido também denuncia uma campanha de ódio, mentiras e violência constante promovida pela direita e pelos principais meios de comunicação.