A psoríase é uma condição inflamatória persistente que afeta aproximadamente 2% dos brasileiros, conforme informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Essa enfermidade não se restringe apenas à pele e pode impactar a saúde física e emocional dos pacientes.
As lesões vermelhas e escamosas, frequentemente localizadas nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo, são a manifestação mais visível da psoríase, que envolve mecanismos imunológicos complicados.
A doença apresenta fases de melhora e piora, que podem ser desencadeadas por estresse, infecções ou até variações climáticas. Um diagnóstico rápido e acompanhamento com um dermatologista são cruciais para minimizar os efeitos e aprimorar a qualidade de vida.
Como identificar os primeiros sinais da psoríase
Os sintomas podem variar conforme o indivíduo, mas algumas características ajudam a distinguir a psoríase de outras enfermidades da pele. Entre os principais sinais estão:
- Lesões em placas: a forma mais comum, com manchas avermelhadas cobertas por escamas brancas;
- Comprometimento das unhas: fragilidade, descolamento ou ondulações indicam psoríase ungueal;
- Lesões no couro cabeludo: parecidas com caspa, porém mais espessas e concentradas;
- Pequenas gotículas inflamadas: surgem após infecções, caracterizando a psoríase gutata;
- Lesões vermelhas, lisas e brilhantes, sem descamação, em áreas úmidas e sensíveis, indicando a psoríase invertida.
A psoríase aparece na pele devido a um desequilíbrio nas citocinas, que são moléculas envolvidas nas respostas imunes.
“O diagnóstico é clínico, feito por um dermatologista experiente, e geralmente não requer exames”, esclarece a dermatologista Camila Sampaio, que atende em Salvador. De acordo com ela, a biópsia é solicitada apenas em casos atípicos para confirmar o diagnóstico.
Além dos efeitos na pele, a psoríase pode afetar as articulações — denominada artrite psoriásica — e aumentar as chances de problemas como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e depressão.
Opções de tratamento para psoríase
O tratamento deve ser personalizado, considerando a gravidade, a extensão das lesões e a saúde geral do paciente.
A dermatologista Thaísa Modesto, de Campinas (SP), comenta que os avanços da medicina estão direcionando terapias cada vez mais individualizadas, baseadas em marcadores genéticos e imunológicos, que ajudam a entender a predisposição e a escolher o tratamento mais adequado.
Atualmente, os tratamentos disponíveis incluem:
- Hidratantes e emolientes: fortalecem a barreira cutânea e aliviam o desconforto;
- Medicamentos tópicos: pomadas com corticoides ou derivados da vitamina D para controlar inflamações locais;
- Fototerapia: exposição controlada à luz ultravioleta, indicada em casos moderados;
- Tratamentos sistêmicos: uso de imunossupressores e retinoides orais para quadros mais graves;
- Medicamentos biológicos: terapias avançadas que agem diretamente nos mecanismos imunológicos da doença.
A escolha do tratamento ideal deve ser feita pelo dermatologista, que também deve considerar os fatores que agravam a doença, como estresse, tabagismo e infecções.
Além do tratamento medicamentoso, é fundamental adotar um estilo de vida saudável, incluindo alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, sono adequado e controle do estresse para prevenir crises.
Compreender os gatilhos pessoais da psoríase é essencial para evitar recaídas. O suporte emocional e o acesso à informação correta são componentes importantes para o enfrentamento completo da doença.