A questão do adiamento envolve forças políticas dentro do ninho tucano que viram uma oportunidade de lançar um outro nome como candidato
O PSDB decidiu cancelar a reunião da Comissão Executiva Nacional que estava convocada para esta terça-feira, 24, informou o partido . Após a desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de concorrer ao Palácio do Planalto, o encontro dos líderes da legenda definiria o apoio à senadora Simone Tebet (MDB) como cabeça de chapa da terceira via, no acordo que também envolve o Cidadania.
A questão do adiamento envolve forças políticas dentro do ninho tucano, capitaneadas pelo deputado federal Aécio Neves, que viram uma oportunidade de lançar um outro nome como candidato à Presidência pelo partido. A ideia seria sugerir Eduardo Leite, que ficou em segundo lugar nas prévias do partido, realizadas no fim do ano passado. Ocorre que o presidente da legenda, Bruno Araújo, defende o apoio à Tebet. Por conta do impasse, a decisão do partido foi adiada.
Nesta segunda-feira, 23, o ex-governador de São Paulo não aguentou a pressão e desistiu de concorrer à Presidência da República. O anúncio foi feito logo depois de uma reunião com líderes do PSDB. Desde a semana passada, os caciques do partido tentavam fazer com que o ex-governador desistisse espontaneamente de concorrer.
A situação ficou mais complicada na semana passada quando MDB, PSDB e Cidadania indicaram, de forma ainda não definitiva, que a senadora Simone Tebet será a cabeça de chapa dos três partidos na disputa ao Palácio do Planalto, representando a terceira via. A decisão, de fato, sairia somente nesta terça-feira após reunião da Executiva das três legendas, realizadas de forma separada.
No conjunto de motivos da desistência de Doria estava a resistência ao seu nome dentro do próprio ninho tucano. Desde que venceu as conturbadas prévias do PSDB vários líderes não aceitaram seu nome, preferindo o ex-governador do Rio Grande do Sul.
No último dia para deixar o comando do governo de São Paulo por conta da Lei Eleitoral, no fim de março, Doria ameaçou desistir dos planos de concorrer à Presidência, ficar no cargo até o fim do mandato, e sair da vida pública em janeiro de 2023. Aos 45 do segundo tempo, ele renunciou ao mandato com a condição de que teria o apoio do PSDB. Agora, isolado, deixou a vida pública com um “até breve”.