Brasília, 09 – Membros do PSD acreditam que a candidatura de Ratinho Júnior, governador do Paraná e possível candidato à Presidência, pode dificultar o apoio regional no partido a Lula em 2026.
Ratinho é pré-candidato há algum tempo, e com a queda da carreira de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, seu nome ganhou mais força em Brasília.
Ministros e líderes do PSD indicam que, se Ratinho concorrer, lideranças regionais, mesmo as próximas a Lula, podem ficar pressionadas a apoiar ele em vez do presidente.
Não é obrigatório. Em 2022, o MDB apoiou Lula apesar da candidatura de Simone Tebet. Porém, neste caso, Ratinho pode atrair apoio de partidos de centro e bolsonaristas para enfrentar o PT.
Simone tinha pouca chance de vencer devido à polarização política. O MDB teve pouco apoio, enquanto Ratinho pode contar com o apoio do bolsonarismo, já que Bolsonaro não pode ser candidato.
Líderes que apoiam atualmente Lula dizem que, se Ratinho for candidato, terão que apoiar o colega de partido em vez do petista, o que pode reduzir o alcance de Lula nos Estados.
Se Ratinho não tiver sucesso, o PSD deve permanecer neutro e as lideranças poderão apoiar quem quiserem. Uma aliança com Tarcísio também é possível.
Membros do partido que apoiam Lula disseram que o compromisso de apoiar adversários só vale se for um correligionário. Assim, se Tarcísio concorrer, esses membros podem continuar apoiando Lula.
Atualmente, o PSD tem três ministérios: Agricultura, com Carlos Fávaro; Minas e Energia, com Alexandre Silveira; e Pesca, com André de Paula. O nome de Rodrigo Pacheco foi cogitado, mas foi descartado.
Rodrigo Pacheco enfrenta dúvidas em Minas Gerais. Lula sugeriu que ele concorra ao governo, mas o senador analisa outras opções, como uma vaga no Supremo Tribunal Federal ou reeleição ao Senado. A possível entrada do vice-governador Mateus Simões no PSD pode complicar o apoio a Lula no Estado.
Lula já conta com apoio em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Piauí, Amazonas e Ceará. Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás tendem a apoiar mais o bolsonarismo.
A estratégia do PSD de eleger muitos deputados dificulta alianças formais com outras siglas e complica a aplicação de diretrizes para os diretórios regionais.