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terça-feira, 07/10/2025

Próximos passos após ligação entre Lula e Trump

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Em Brasília

A conversa telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump marcou um avanço significativo para a melhora das relações entre Brasil e Estados Unidos, que estavam tensas devido a tarifas e sanções impostas recentemente. O diálogo, realizado na segunda-feira (6/10) e com duração de 30 minutos, indicou a possibilidade de um encontro presencial em breve.

Após essa ligação inicial, as equipes de ambos os líderes irão coordenar os próximos passos para continuar as negociações referentes às taxas comerciais. Pelo lado brasileiro, estão encarregados de mediar as conversas o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Mauro Vieira, das Relações Exteriores. Do lado norte-americano, o representante será o secretário de Estado Marco Rubio.

A expectativa é de que o encontro pessoal entre Lula e Trump ocorra dentro das próximas semanas. Durante a ligação, eles chegaram a trocar números de telefone pessoal para facilitar a comunicação direta.

Há pelo menos três possíveis locais para essa reunião:

  • A Malásia, durante a Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que começará em 26 de outubro;
  • A cidade de Belém (PA), sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), de 10 a 21 de novembro;
  • Uma visita do presidente Lula aos Estados Unidos.

Segundo o Palácio do Planalto, Lula sugeriu realizar o encontro na Cúpula da Asean, convidou Trump para participar da COP30 e se colocou à disposição para viajar aos EUA.

No chamado telefônico, o presidente brasileiro solicitou a retirada das tarifas aplicadas sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos e a revisão das sanções contra autoridades do Brasil.

Tensão prévia entre Brasil e Estados Unidos

Nos meses anteriores, a relação entre os dois países foi marcada por conflitos devido a sanções comerciais e políticas. Essas medidas ocorreram após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump, que foi condenado por envolvimento em tentativas de manter-se no poder depois das eleições de 2022.

Donald Trump chegou a acusar que havia uma perseguição política contra Bolsonaro e seus apoiadores.

O governo dos EUA também sancionou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, além de revogar vistos de autoridades brasileiras de alto escalão.

Indicativos positivos do lado norte-americano

No fim de setembro, na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, os presidentes tiveram um breve encontro e, segundo Trump, concordaram em marcar uma reunião para discutir as tarifas impostas a produtos brasileiros.

Após a ligação, o presidente americano elogiou Lula, chamando-o de um “bom homem” e declarou que pretende fazer negócios com ele. Apesar disso, não confirmou se reduzirá as tarifas de 50% que incidem sobre produtos brasileiros.

Ele reforçou que a reunião acontecerá em breve, mas não especificou se será durante a COP30 no Brasil. “Em algum momento eu irei [ao Brasil] e ele virá aqui [aos EUA], nós conversamos sobre isso”, disse Trump.

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