Brasília, 15 – O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou novamente o papel do ex-presidente Jair Bolsonaro como líder de um grupo que tentou mudar o resultado das eleições de 2022 de forma ilegal. Em um documento de 517 páginas, Gonet usou 137 delas para detalhar as provas que mostram por que Bolsonaro deve ser condenado.
Uso da Abin para espionagem
Gonet afirmou que, enquanto ocupava o cargo de presidente, Bolsonaro usou o governo para atacar instituições e o processo eleitoral. Um exemplo disso são as investigações da Abin Paralela, que mostram que a Agência Brasileira de Inteligência foi usada para espionar adversários políticos e funcionários do governo.
Ataques às urnas eletrônicas
O procurador destacou documentos da Polícia Federal que mostram como Bolsonaro e seus aliados planejaram ataques coordenados contra as urnas eletrônicas. O ex-presidente fez transmissões ao vivo atacando o sistema de votação e incentivou seus apoiadores a questionar a segurança das eleições.
Conversa no celular do tenente-coronel Mauro Cid comprovaram que essas ações foram planejadas e apoiadas por membros do governo.
Bloqueios em rodovias pelo PRF
Gonet também citou que a Polícia Rodoviária Federal realizou bloqueios em rodovias do Nordeste durante o segundo turno, com o objetivo de dificultar o voto de eleitores do candidato adversário, mostrando o uso indevido das forças de segurança para favorecer Bolsonaro.
Violência e ameaças após as eleições
Diante da derrota, o grupo liderado por Bolsonaro organizou acampamentos golpistas em frente a quartéis para tentar provocar ações militares e outras iniciativas para reverter o resultado das eleições.
Gonet citou depoimentos e declarações do próprio Bolsonaro que indicam sua conivência e intenção de usar caminhos ilegais para mudar o resultado das eleições, o que está claro nas provas apresentadas pela Procuradoria-Geral.
Essas evidências mostram que a organização criminosa liderada por Jair Bolsonaro deixou muitos registros documentais, o que embasa a denúncia contra ele.