Gabriela Cecchin e Júlia Galvão
Folhapress
Centrais sindicais, grupos de estudantes e organizações de esquerda realizaram manifestações na sexta-feira (1º) em várias capitais contra o aumento das tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em São Paulo, o protesto em frente ao Consulado dos EUA no bairro de Santo Amaro estava pouco movimentado, mas pedia a proteção da soberania do Brasil.
Na quarta-feira (30), Donald Trump aprovou uma taxa de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, válida a partir do dia 6 de agosto.
Durante o ato, manifestantes usaram algemas e máscaras representando o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o presidente americano. Bonecos com as imagens deles foram queimados. Alguns participantes vestiam roupas listradas, parecidas com uniformes de presos, referindo-se ao julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
Uma representante da União Nacional dos Estudantes (UNE) falou para o público: “Hoje retomamos o verde e amarelo”. Muitos vestiam roupas nas cores da bandeira do Brasil.
Os protestos também criticaram as sanções recentes aplicadas contra o ministro Alexandre de Moraes, baseadas na Lei Magnitsky, que congelam bens que ele possua nos Estados Unidos e limitam transações financeiras internacionais.
O protesto ocupava menos da metade da calçada em frente ao Consulado, possivelmente por acontecer pela manhã em dia de semana, mas causou transtornos no trânsito e para quem precisava acessar o local e uma cafeteria próxima que oferece serviços financeiros internacionais.
Antônio Saboia, diretor do Sindicato dos Bancários, comentou: “A bandeira do Brasil pertence ao povo, não a uma elite fascista que não se importa com a população.”
Ele acrescentou: “Quem ama o país não pode virar as costas para o povo. É hora de unir forças e defender o Brasil e sua soberania.” Cartazes com mensagens contra os chamados traidores e em defesa do patriotismo foram exibidos.
Tânia Aparecida de Souza Rocha, aposentada e militante desde 2018, disse: “Essa taxação é muito dura. Trump quer prejudicar o grupo Brics, e pensa só na economia deles, não na nossa.”
Ela destacou que o presidente americano isentou 700 itens da tarifa para não afetar sua economia.
Manifestações similares ocorreram em Brasília, em frente à embaixada dos EUA, e em Belo Horizonte, com estudantes universitários organizados pela União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais e outros movimentos.
No protesto em Belo Horizonte, foi exibida uma faixa com a frase “soberania é o povo no poder”. Ainda na sexta, haverá um ato maior na Praça Sete às 17h, convocado por diversas organizações estudantis e sindicais.
Outros protestos contra a medida estão confirmados em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Manaus, em horários variados.