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quarta-feira, 19/11/2025




Projeto antifacção não é vitória de nenhum lado, afirma Motta

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Em Brasília

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a aprovação do PL Antifacção, na terça-feira (18/11), não simbolizou a conquista de partidos ou grupos políticos específicos, mas sim uma resposta do Estado brasileiro contra o crime organizado.

O texto recebeu 370 votos favoráveis e 110 contrários após o relator, Guilherme Derrite (PP-SP), apresentar seis versões diferentes do relatório.

Em uma postagem na rede social X, Motta ressaltou que “mesmo em tempos de polarização, é possível encontrar um ponto em comum entre diferentes visões de mundo”. “Não é uma vitória de um lado ou de outro. É uma vitória do povo brasileiro”, escreveu ele.

Segundo Motta, no debate que envolveu o que ele chama de “Marco Legal de Combate ao Crime Organizado”, não havia heróis ou vilões. “Embora os grupos políticos possam tentar impor suas próprias narrativas, nunca devemos esquecer que o verdadeiro inimigo é o crime organizado”, ressaltou.

Apesar da declaração de Motta, o resultado numérico do projeto – inicialmente enviado pelo governo federal à Câmara – é visto como uma derrota política para o governo Lula. A base tentou adiar a votação duas vezes e propôs retornar ao texto original enviado pelo Executivo, mas todas as tentativas foram rejeitadas pelo plenário.

Pouco antes da votação do PL Antifacção, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou a versão proposta por Derrite, chamando-a de “bagunça legislativa”.

Na mesma terça-feira, o presidente da Câmara cancelou uma reunião que teria com a ministra e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir pontos do projeto, evidenciando um conflito e falta de coordenação entre Executivo e Legislativo.

A oposição ao governo qualificou a aprovação do PL Antifacção como o “fim da frouxidão” e uma “vitória do Brasil” no combate às facções criminosas.

Além dos conflitos entre Executivo e Legislativo, a articulação interna da Câmara também encontrou obstáculos. O relator Derrite declarou em seu parecer que nenhum representante do governo tentou contatá-lo para negociar alterações, embora tenha aceitado pedidos do Executivo após tomar conhecimento deles pela imprensa.

Motta reconheceu na véspera que não havia consenso completo e que trabalharia apenas para garantir um texto “eficaz tecnicamente”, capaz de unir interesses diversos.




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