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terça-feira, 26/08/2025

Programa acolhe pessoas em situação de rua e oferece tratamento em comunidades

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Antônio (nome fictício) carregava apenas algumas roupas, um pouco de dinheiro e a esperança de mudar de vida. Ele, que trabalhava como serralheiro e gostava de cuidar de cavalos, decidiu deixar para trás o uso de drogas e a dor da separação da família. “Meu maior desejo agora é parar com as drogas. Estou começando esse caminho e o apoio do governo é fundamental para isso”, contou, junto com outros sete amigos em situação de rua, que aceitaram, por vontade própria, participar de uma comunidade terapêutica apoiada pelo Governo do Distrito Federal (GDF).

Esta ação faz parte do Acolhe DF, programa coordenado pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), que oferece até 12 meses de tratamento para pessoas em situação de rua com dependência química. O programa conta com equipes de saúde, assistência social, cidadania e educação, que trabalham juntas para acolher e respeitar cada pessoa. Desde julho, quando o programa foi renovado pelo Decreto nº 47.423, mais de 300 atendimentos foram realizados, com cerca de 50 pessoas encaminhadas para uma das seis comunidades terapêuticas parceiras.

Para a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, o Acolhe DF é um exemplo para o país. “O programa garante que pessoas em situação de rua encontrem no Estado a força necessária para recomeçar. É uma chance real de mudar a vida e salvar pessoas”, afirmou. Ela ressaltou que a abertura do Hotel Social, em julho, ajudou a aumentar a participação, pois permite que as pessoas possam passar a noite acompanhadas de seus animais de estimação, facilitando o trabalho de busca do GDF.

O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, que lidera o Plano de Ação para a População em Situação de Rua, destacou a união das ações. “O Acolhe DF integra saúde, assistência social e cidadania, trabalhando de forma coordenada. Cada encaminhamento é uma chance de transformar vidas e abrir um futuro melhor”, explicou.

A chegada ao Centro de Reintegração Deus Proverá (CRDP), em Planaltina, marca o começo de uma nova fase para as pessoas acolhidas. Lá, elas recebem acompanhamento terapêutico, participam de cursos, têm acesso a cuidados médicos e podem se preparar para voltar ao mercado de trabalho.

“O desafio maior é convencer as pessoas a aceitarem ajuda, pois muitas ainda estão sob o efeito das drogas. Fazemos várias tentativas até que estejam conscientes e dispostas. O acolhimento é sempre voluntário”, disse o subsecretário de Enfrentamento às Drogas da Sejus, Diego Moreno.

Histórias como a de Antônio são exemplos de sucesso, como a de Patrick Rodrigues, de 31 anos, que hoje é universitário e voluntário do CRDP. “Eu cheguei aqui sem rumo, vivendo nas ruas e dependente de álcool e drogas. Hoje estudo na faculdade e quero ajudar outras pessoas, assim como fui ajudado”, contou.

O Hotel Social, primeiro local fixo na capital para pernoite de pessoas em situação de rua, realizou mais de 3,1 mil atendimentos desde sua inauguração em 23 de julho até 18 de agosto. Com 200 vagas, oferece um lugar seguro para dormir, banho quente e duas refeições diárias — jantar e café da manhã —, além de permitir que os moradores tragam seus animais de estimação. Ônibus partem do Centro Pop, na Asa Sul, levando os interessados até o local.

O GDF também realiza ações como a Ação Contra o Frio, que oferece abrigo, agasalhos e cobertores durante os dias frios, e a distribuição gratuita de refeições em restaurantes comunitários. Em 2024, foram servidas cerca de 1,2 milhão de refeições, um aumento significativo em relação às 200 mil em 2021, mostrando o compromisso do governo com a assistência social e a reintegração da população em situação de rua.

Informações da Agência Brasília

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