Quatro membros de uma quadrilha foram detidos pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) após sequestrarem uma professora aposentada e exigirem um resgate de R$ 3,3 milhões em bitcoins, no mês de março deste ano. A prisão foi realizada nesta quarta-feira, em Recife (PE). Segundo a polícia, a vítima foi seguida pela quadrilha e raptada quando saía de um fórum.
As investigações apontam que os criminosos utilizaram um carro com placa clonada para executar o crime. Quatro suspeitos foram capturados e responderão por extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro. O delegado Jorge Pinto, responsável pelo caso, relatou que a vítima é mãe de um homem que trabalha com gestão de criptomoedas.
“Os criminosos passaram a monitorar diariamente as redes sociais desse gestor de criptoativos, acreditando que ele era uma pessoa com alto poder financeiro e movimentava grandes valores. Eles acompanharam a rotina da vítima, identificando os locais que ela frequentava, incluindo sua residência e atividades diárias”, explicou o delegado.
Detalhes do sequestro
O crime ocorreu em 21 de março de 2025, quando a mulher foi até o fórum. “O grupo esperou a vítima sair de casa e passou a segui-la até o Juizado Especial. Um dos envolvidos entrou logo após a vítima no local e aguardou o momento em que ela deixaria o fórum para fazer o sequestro”, afirmou o delegado.
Havia pelo menos dois homens no veículo. A professora foi levada para Olinda, onde ficou mantida em cativeiro por mais de 12 horas sob ameaça de arma de fogo. O filho dela, que reside em Portugal, foi coagido a pagar cinco bitcoins, que na época correspondiam a R$ 3,3 milhões.
“A libertação ocorreu nas proximidades do bairro Ouro Preto, em Olinda, momento em que a equipe do Grupo de Operações Especiais iniciou as investigações. Dos quatro mandados de prisão temporária expedidos, todos foram cumpridos, assim como os mandados de busca domiciliar”, informou o delegado.
Prisões e andamento das investigações
Dois dos suspeitos foram presos em Abreu e Lima e Olinda, no Grande Recife, e os outros dois no município de Extremoz, no Rio Grande do Norte. Entre os detidos estão duas mulheres. “Podemos adiantar que as mulheres presas receberam parte do valor do resgate em criptoativos, o que dificultou o rastreamento e a identificação da origem e do montante depositado. Acreditamos que todos serão responsabilizados criminalmente”, concluiu o delegado.