O José Luís Oreiro, professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), foi formalmente acusado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por ameaçar, perseguir e constranger duas professoras do mesmo setor. Ele, entretanto, nega todas as acusações.
A investigação liderada pela 2ª Delegacia de Polícia da Asa Norte indicou Oreiro como o responsável pelas ações denunciadas. Em um dos casos, o professor teria utilizado seu celular para gravar uma professora por trás enquanto ela caminhava pelos corredores da UnB.
Detalhes do Caso
Conforme apurado, o comportamento de perseguição de Oreiro começou entre 2020 e 2021, direcionado às professoras Adriana Moreira Amado e Daniela Freddo. Os episódios iniciaram-se após o decanato de pós-graduação propor uma reforma curricular no curso de doutorado em economia, com a intenção de diminuir o número de disciplinas obrigatórias. Contrário a essa mudança, Oreiro passou a agir de modo intimidatório, especialmente em relação à professora Adriana e outros membros do departamento, devido à possibilidade de suas disciplinas serem alteradas para optativas.
As vítimas relataram ameaças, vigilância constante e publicações hostis na internet.
Mensagens Ameaçadoras
Durante seu depoimento, uma das professoras contou que, em 26 de maio de 2021, recebeu áudios intimidatórios enviados por Oreiro. As declarações dele nas redes sociais frequentemente continham conteúdos constrangedores e ofensivos.
Em uma das mensagens, o professor afirmou: “Vocês vão perder todas as batalhas, a vida de vocês vai ser um inferno dentro do departamento, e eu tô te chamando à razão, porque eu te respeito, eu te defendi e eu acho que você está tomando um caminho equivocado. Agora, é sua liberdade, se você quer destruir sua carreira por uma dívida que você acha que teria com a Adriana, tudo bem! Eu respeito a sua decisão, você está errada e vai pagar com as consequências.”
Resposta do Professor
Na sua defesa, José Luís Oreiro rejeitou as acusações e declarou à polícia que vem restringindo sua presença física na universidade para evitar confrontos com os colegas. Relatou ainda que, em 24 de abril deste ano, gravou vídeos da aproximação da professora Daniela Freddo com o intuito de proteger sua integridade e reunir provas para sua defesa junto à Comissão de Ética da UnB. Segundo ele, não houve qualquer tipo de abuso verbal, físico ou psicológico.
Oreiro acrescentou que fez essas gravações como precaução contra possíveis falsas denúncias e afirmou não ter histórico de comportamento agressivo contra as professoras mencionadas.
Ele também garantiu que não publica conteúdos que revelem diretamente a identidade das professoras ou que contenham seus nomes.