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quarta-feira, 05/11/2025




Produção industrial está estável, mas estoques aumentam em setembro, informa CNI

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A indústria no Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2025 sem crescimento na produção, enfrentando um aumento nos estoques e redução no número de empregos. Segundo a última Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 20 de outubro, o nível de produção em setembro permaneceu praticamente o mesmo que em agosto, com um índice de 50,1 pontos, indicando estabilidade na comparação mensal. Esse índice varia de zero a 100, sendo que valores acima de 50 indicam crescimento.

O número de empregados caiu em setembro, conforme o índice de evolução de empregados, que marcou 48,9 pontos. Isso representa uma desaceleração, pois nos anos anteriores a esse período, geralmente havia crescimento no emprego em setembro, exceto em 2023, quando também houve queda, destaca a CNI.

O estoque das indústrias aumentou no mês passado, com o índice de evolução do nível de estoques em 50,8 pontos. Já o estoque efetivo passou de 48,8 pontos em agosto para 50,7 em setembro, mostrando que os estoques estão acima do planejado pelas empresas, caracterizando um acúmulo indesejado.

Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, comenta que esse cenário é preocupante para a indústria, pois o aumento dos estoques ocorre mesmo com a produção travada, indicando que a demanda está menor do que os empresários esperavam.

A utilização da capacidade instalada manteve-se constante em 70% em setembro, igual ao mês anterior.

A pesquisa também avaliou a satisfação dos empresários industriais. O índice relacionado à situação financeira aumentou levemente, atingindo 48,9 pontos, mas ainda está abaixo do nível que indica satisfação, mostrando que muitos empresários continuam insatisfeitos financeiramente.

O índice de satisfação com o lucro operacional subiu para 43,6 pontos, ainda mostrando insatisfação, porém com redução dessa insatisfação na comparação com o trimestre anterior.

Quanto ao acesso a crédito, o índice aumentou para 40,3 pontos, permanecendo abaixo do limite que indicaria facilidade, o que reflete dificuldades para obter empréstimos. Os preços das matérias-primas continuam em alta, com índice de 55,2 pontos, embora essa alta esteja diminuindo gradualmente, conforme o terceiro recuo consecutivo.

Desafios da indústria

Nos três primeiros trimestres de 2025, os principais problemas enfrentados pelas indústrias brasileiras foram: alta carga tributária (37,8%), baixa demanda interna (28,8%) e juros altos (27,3%). Em quarto lugar, a falta ou custo elevado de mão de obra qualificada foi citada por 22,9% dos entrevistados.

Perspectivas futuras

A expectativa para a quantidade exportada diminuiu, com índice de 48,6 pontos em outubro, embora o pessimismo tenha diminuído, segundo a CNI.

Outros indicadores como a expectativa de demanda subiram levemente para 52,5 pontos, enquanto a expectativa para número de empregados e compras de matérias-primas recuaram um pouco, com índices de 49,3 e 51,0 pontos respectivamente.

O índice de intenção de investimento aumentou para 54,8 pontos em outubro, porém apresenta tendência de queda ao longo do ano, acumulando redução de 4 pontos desde dezembro de 2024, embora permaneça acima da média histórica.

A Sondagem foi realizada entre 1º e 10 de outubro com a participação de 1.423 empresas.

Estadão Conteúdo




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