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segunda-feira, 20/10/2025

Prisão de Zambelli em Roma ocorre com ação conjunta da PF e polícia italiana

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi capturada nesta terça-feira (29) em Roma, graças a uma operação conjunta da Polícia Federal brasileira e da polícia italiana. A detenção aconteceu no apartamento onde ela estava morando desde sua chegada ao país.

Zambelli estava foragida por quase dois meses. A confirmação da prisão foi feita pelo Ministério da Justiça.

A deputada fugiu do Brasil para evitar cumprir a pena de dez anos de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela foi condenada por participar da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A notícia da prisão foi inicialmente divulgada pelo portal G1 e confirmada pela Folha de S.Paulo.

Pela manhã, o deputado italiano Angelo Bonelli (Verde e de Esquerda) publicou em sua conta no X (antigo Twitter) que Zambelli estava em um apartamento da capital italiana e forneceu o endereço às autoridades, que realizaram a identificação da deputada.

Ela entrou na Itália em 5 de junho pelo aeroporto Fiumicino, vindo dos Estados Unidos, e passou pelo controle de passaportes utilizando seu documento italiano, pois possui dupla cidadania. Desde então, sua localização era incerta, segundo as autoridades.

A ordem definitiva de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em junho, quando Zambelli já estava foragida. O ministro determinou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição baseado no acordo firmado entre Brasil e Itália.

A decisão também prevê a perda do mandato de Zambelli, com notificação imediata ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conforme a Constituição.

A sentença impõe o cumprimento de dez anos em regime fechado e a perda do mandato parlamentar.

A deputada foi acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de planejar e liderar a invasão dos sistemas do CNJ com o auxílio do hacker Walter Delgatti. O objetivo era emitir falsos alvarás de soltura e mandados de prisão para causar confusão no Judiciário.

A condenação foi tomada por unanimidade na Primeira Turma do STF em 15 de maio. Zambelli saiu do Brasil no final de maio, viajando de carro até a Argentina e depois de avião para os Estados Unidos.

A pedido do ministro Moraes, a Interpol incluiu Zambelli na sua lista vermelha, que reúne pessoas foragidas da Justiça para facilitar a colaboração policial internacional.

O recurso contra a condenação foi apresentado pelo advogado Daniel Bialski, que deixou a defesa após a deputada fugir do país.

Bialski alegava ao STF que a sentença contra Zambelli continha contradições e pedia a reversão ou redução da pena. No entanto, todos os pedidos foram negados por Alexandre de Moraes.

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