A Direção Nacional de Migração do Paraguai revelou informações sobre a detenção do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de reclusão por envolvimento em plano golpista e proibido de deixar o Brasil, Silvinei tentou embarcar no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, utilizando um passaporte falso. Sua viagem teria uma conexão no Panamá e como destino final El Salvador.
Os inspetores de imigração do aeroporto identificaram Silvinei enquanto ele tentava burlar os controles, fingindo ser um cidadão paraguaio. A prisão foi realizada com o auxílio da Polícia Nacional paraguaia.
A identidade do ex-diretor da PRF foi verificada por meio de um trabalho conjunto entre o Punto Atenas Paraguai, a Rede de Inteligência Migratória e o Comando Tripartite.
Tornozeleira eletrônica
Silvinei, condenado a mais de duas décadas de prisão pela participação no golpe, teria rompido a tornozeleira eletrônica e tentado deixar o Brasil via Paraguai. Após o dano ao dispositivo de monitoramento, alertas foram emitidos pelas autoridades brasileiras, resultando em sua prisão pelas forças locais no Paraguai.
Ele portava um passaporte falso em nome do cidadão paraguaio Julio Eduardo Baez Fernandez, mas a Polícia Federal brasileira já havia informado a polícia paraguaia. A captura aconteceu na madrugada de sexta-feira, com voos programados do Paraguai para o Panamá às 1h44 e às 6h42.
Fontes da diplomacia brasileira indicam que as autoridades paraguaias estão em contato com a Polícia Federal brasileira para promover a expulsão imediata de Silvinei do país, prevendo sua entrega às autoridades brasileiras na Tríplice Fronteira.
Envolvimento na trama golpista
Silvinei Vasques foi condenado em julgamento do núcleo 2 da trama golpista pelo STF. Ele e seus associados foram responsáveis pela elaboração do plano do golpe, monitoramento, e planejamento de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, além de operarem internamente na PRF para interferir no voto de eleitores da Região Nordeste nas eleições de 2022.
Outros condenados do núcleo 2:
- Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF: 24 anos e 6 meses de prisão;
- Mário Fernandes, general da reserva do Exército: 26 anos e 6 meses de prisão;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro: 21 anos de prisão;
- Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro: 21 anos de prisão;
- Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça: 8 anos e 6 meses de prisão.
O delegado da Polícia Federal Fernando de Sousa Oliveira foi absolvido por ausência de provas.
Silvinei residia em Santa Catarina, cumprindo medidas restritivas desde agosto do ano anterior, incluindo o uso da tornozeleira eletrônica e a proibição de sair do país. Na sexta-feira (26/12), ele tentou fugir pelo Paraguai, com destino a El Salvador.
O STF condenou oficialmente Silvinei Vasques em 16 de dezembro, embora ainda aguarde o trânsito em julgado da decisão, pois a defesa pode recorrer. A pena consiste em 24 anos e 6 meses de prisão, sendo 22 anos em regime fechado e 2 anos e 6 meses em detenção, além de multa equivalente a 120 dias.

