20.5 C
Brasília
quinta-feira, 04/12/2025

Prisão de golpista que usava identidade falsa de The Rock para aplicar golpes em mulheres

Brasília
nuvens quebradas
20.5 ° C
20.5 °
19.5 °
89 %
2.1kmh
75 %
sex
23 °
sáb
23 °
dom
22 °
seg
25 °
ter
19 °

Em Brasília

Imagens mostram a detenção de Honore Ode, 32 anos, natural do Benim (África) e residente em Florianópolis (SC), capturando o momento em que ele foi abordado por policiais civis da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) durante a operação “The Rock”. O suspeito não resistiu à prisão nesta quinta-feira (4/12).

A operação cumpriu um mandado de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Florianópolis e Itajaí, com suporte da Polícia Civil de Santa Catarina.

Foram confiscados celulares, notebooks e outros dispositivos eletrônicos que supostamente foram usados na execução do esquema fraudulento. A perícia agora trabalha para identificar outras vítimas e rastrear o movimento financeiro relacionado ao crime.

O criminoso é considerado o mentor de um sofisticado esquema de estelionato virtual que alcançava diversos estados brasileiros.

Honore Ode é estudante de cinema na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). De acordo com a Polícia Civil, ele utilizava redes sociais e o aplicativo WhatsApp para se passar pelo famoso astro de Hollywood Dwayne “The Rock” Johnson.

Assim, ele atraía principalmente mulheres brasileiras, prometendo vantagens sedutoras e falsas recompensas internacionais.

Conforme a PCDF, Ode iniciava diálogos com mensagens carinhosas, elogios e conteúdos elaborados, sempre reforçando a identidade falsa do ator. Na sequência, oferecia supostos prêmios — começando com um iPhone, progredindo para valores que chegavam a 800 mil euros — ganhando a confiança das vítimas com contato frequente, atenção constante e aparência profissional dos perfis falsos.

Esquema do Golpe

O golpe se iniciava quando Ode comunicava à vítima que ela havia sido sorteada por seguir o perfil do ator. Ele então solicitava um número pessoal para “enviar a encomenda” e transferia a conversa para o WhatsApp, utilizando um número com código de discagem internacional de Portugal (+351) para dar credibilidade internacional ao falso prêmio.

O criminoso enviava um documento fraudulento com logotipos inventados e termos em inglês com cláusulas de segurança. Nesse contrato, a vítima podia “registrar reclamação em qualquer delegacia caso não recebesse a encomenda”. O texto ainda instruía aguardar 72 horas antes de buscar autoridades, simulando um procedimento oficial.

Com assinatura falsificada, o golpista cobrava a primeira taxa — R$ 2.850,00 — alegando que se tratava de uma cobrança internacional. A partir daí, intensificava a pressão, utilizando mensagens urgentes para justificar novos pagamentos por supostos “atrasos no transporte”.

Uma das vítimas, mulher de 49 anos e moradora da Vila Estrutural, foi convencida pela abordagem emocional e pelos documentos falsificados. Entre agosto e setembro de 2025, realizou nove transferências via Pix, totalizando quase R$ 10 mil.

Outras pessoas em vários estados também relataram perdas financeiras, incluindo uma vítima em Minas Gerais que perdeu cerca de R$ 80 mil.

Honore Ode responderá por estelionato eletrônico, crime que pode acarretar uma pena de até 8 anos de prisão.

Veja Também