Um porta-voz dos rebeldes declarou que uma nova ofensiva foi lançada nessas duas áreas, com o objetivo de “liberar cada centímetro quadrado da região
O primeiro-ministro Abiy Ahmed prometeu, nesta quarta-feira (14/7), “repelir os ataques” rebeldes após uma nova ofensiva no Tigré, região do extremo norte da Etiópia que sofre há oito meses uma guerra e uma grave crise humanitária.
Na segunda-feira (12/7), as Forças de Defesa do Tigré (TDF) lançaram uma nova ofensiva no sul e oeste da região, cujo controle recuperaram em grande parte no final de junho.
“Nos defenderemos e repeliremos esses ataques de nossos inimigos internos e externos, enquanto trabalhamos para acelerar os esforços humanitários”, declarou nesta quarta-feira Abiy em um comunicado publicado no Twitter.
O primeiro-ministro não especificou a quem se referia como “inimigos externos”.
Em 4 de novembro de 2020, Abiy lançou uma operação militar no Tigré para expulsar e desarmar as autoridades locais dissidentes, procedentes do Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF), após meses de tensões.
O governo proclamou vitória após a tomada da capital regional Mekele pelo exército federal em 28 de novembro, mas os combates continuaram e, no final de junho, os rebeldes recuperaram o controle de grande parte do Tigré, incluindo Mekele, derrotando as tropas federias e pressionando o Executivo para que declarasse uma trégua unilateral.
Depois de chamá-lo de piada, o TDF aceitou o cessar-fogo, com a condição principal do retorno das forças de Amhara e Eritreia “aos seus territorios de antes da guerra”.
As tropas da região vizinha de Amhara e da Eritreia, na fronteira norte do Tigré, apoiaram o Exército federal desde o início do conflito. Até agora, Amhara controla o sul e o oeste do Tigré, áreas que reivindicou por muito tempo.
Um porta-voz dos rebeldes, Getachew Reda, declarou na terça-feira à AFP que uma nova ofensiva foi lançada nessas duas áreas, com o objetivo de “liberar cada centímetro quadrado do Tigré”.
Destacando que as forças rebeldes retomaram os combates e acusando-os de “sacrificar crianças”, Abiy reiterou nesta quarta-feira que o governo declarou a trégua para “dar às pessoas um respiro durante a temporada agrícola e permitir que as operações de ajuda humanitária se desenvolvam sem obstáculos”.
Segundo a ONU, mais de 400.000 pessoas “ultrapassaram o limite da fome”, mas a ajuda humanitária mal consegue chegar no local.