O chefe do governo canadense, Mark Carney, destacou que um encontro bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a próxima reunião do G7 no Canadá, será fundamental para definir o progresso no acordo comercial sobre tarifas entre as duas nações.
Em entrevista à Radio-Canada, Carney mencionou que representantes de Ottawa e Washington estão em negociações intensas visando um novo acordo econômico e de segurança, contudo, nenhuma decisão final foi tomada ainda.
“A cúpula do G7 em Alberta terá grande relevância por diversos motivos”, afirmou. Perguntado sobre a possibilidade de um acordo, ele afirmou que o Canadá está disposto a dedicar o tempo necessário para chegar a um entendimento benéfico para ambos os países, embora sua paciência tenha limite.
Carney também ressaltou que, caso as discussões não progridam, o governo canadense estará preparado para aplicar novas tarifas retaliatórias sobre certos produtos americanos, como resposta à decisão de Trump de elevar para 50% as tarifas sobre aço e alumínio importados. O Canadá é o maior fornecedor desses metais aos EUA.
“Vamos usar o tempo que for preciso, nem mais, nem menos”, declarou Carney. “Se um acordo não for alcançado em Alberta, não iremos assiná-lo. Podemos aguardar.”
Ele acrescentou que a cooperação na área de defesa pode integrar o acordo, no qual o Canadá exige a retirada de todas as tarifas americanas sobre seus produtos. Além das tarifas de 50% sobre aço e alumínio, os EUA impuseram uma taxa de 25% sobre veículos fabricados no Canadá e outros produtos que não cumprem os requisitos do atual acordo comercial entre EUA, México e Canadá.
Os líderes globais começarão a chegar no oeste do Canadá no domingo, com reuniões formais de autoridades de alto nível focadas em segurança econômica e global agendadas para começar na segunda-feira. A cúpula ocorrerá na cidade de Kananaskis, em Alberta, aproximadamente 200 quilômetros ao norte da fronteira entre EUA e Canadá.