Enquanto a oposição intensifica esforços para aprovar o projeto de lei (PL) da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está elaborando estratégias para bloquear o avanço dessa pauta no Congresso Nacional.
O tema ganhou força recentemente com a participação ativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-PB). A mobilização promete crescer ainda mais após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Governistas consultados pelo Metrópoles consideram o movimento esperado, porém acreditam que a ofensiva não terá sucesso. Mesmo que a proposta avance na Câmara, é esperado que o Senado rejeite o projeto.
Aliados do presidente Lula já se organizam para derrotar a proposta caso ela seja levada a plenário. O objetivo do governo é encerrar o debate antes das eleições de 2026.
Pressão Crescente pela Anistia
Oposição aumenta a pressão para que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque o projeto de anistia em pauta, especialmente após a condenação de Jair Bolsonaro, sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar tentativa de golpe após as eleições de 2022.
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pretende discutir o tema na reunião de líderes para acelerar a tramitação do projeto, mas Hugo Motta demonstra resistência.
No Senado, a rejeição é ainda maior, com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AL), se posicionando contra o perdão aos crimes. Ele está trabalhando numa proposta alternativa à defendida pelos bolsonaristas.
Reação Governista
Em resposta às tensões, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), convocou uma reunião com ministros para coordenar esforços junto às bases e impedir avanços na pauta da anistia, cobrando também apoio para projetos prioritários do governo no Congresso.
O governador Tarcísio prepara uma nova ida a Brasília para intensificar as negociações, enquanto o governo já monitora os votos necessários para rejeitar a proposta, caso ela seja pautada.
Paralelamente, governistas buscam acelerar a votação de pautas importantes, como a proposta de isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, prevista para análise no plenário da Câmara até o fim de setembro.
Segundo o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), a mobilização da direita pela anistia não deve interferir na tramitação de outras matérias e ressalta que o tema representa uma tentativa de criar instabilidade social, econômica e política no país.
Correia acredita que nem Hugo Motta nem Davi Alcolumbre apoiarão essa iniciativa, reforçando o comprometimento deles com a estabilidade parlamentar.
Recentemente, Hugo Motta reafirmou seu compromisso de votar a proposta do Imposto de Renda, destacando sua importância para o Brasil e os brasileiros, embora ainda não tenha sido agendada data para a sua análise.