PATRÍCIA PASQUINI
FOLHAPRESS
Uma nova regra mudou os valores que indicam risco na pressão arterial no Brasil. Agora, para não ser considerada pré-hipertensão, a pressão máxima deve ser menor que 120 mmHg e a mínima inferior a 80 mmHg.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) anunciou essa modificação no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em São Paulo, classificando o tradicional “12 por 8” como um sinal de alerta que requer atenção.
De acordo com Andréa Brandão, responsável pela nova diretriz de hipertensão de 2025 da SBC, a intenção é prevenir e não alarmar a população. Diretrizes internacionais já consideravam como pré-hipertensão pressões entre 120 e 130 na máxima e entre 80 e 89 na mínima.
“O objetivo de mudar essa definição é que quem tem pressão 12 já se reconheça como pré-hipertenso e tome cuidados para evitar a hipertensão, adotando hábitos saudáveis como não fumar, evitar álcool, ter alimentação balanceada, praticar exercícios, reduzir o sal e controlar o peso”, explica Andréa.
A definição de hipertensão mantém-se com valores iguais ou acima de 140 por 90. Para quem já tem hipertensão, a meta é manter a pressão abaixo de 130 por 80.
“Essa meta de 130 por 80 é uma novidade importante. Estudos recentes mostram que alcançar esse nível reduz ainda mais o risco de problemas cardíacos. Essa é a recomendação para todas as pessoas hipertensas”, destaca Andréa Brandão.
A pressão deve ser medida anualmente a partir dos 3 anos, ou antes se houver alguma condição especial. Adolescentes e jovens adultos também devem seguir essa frequência.
Idosos têm maior risco de pressão alta. Segundo a cardiologista, a partir dos 65 anos, entre 60% e 70% dos idosos têm hipertensão.
“Mulheres na menopausa e homens a partir dos 55 ou 60 anos devem verificar a pressão com mais frequência. Mesmo sem sintomas ou doenças, essa medição deve ser feita a cada seis meses, e caso haja outras condições de saúde, o ideal é medir sempre que possível”, orienta a médica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que adultos e idosos pratiquem entre 150 e 300 minutos semanais de atividade física moderada, ou de 75 a 150 minutos de exercício vigoroso, além de fortalecimento muscular em dois ou mais dias por semana.
“No Brasil, cerca de 30% a 32% dos adultos têm hipertensão. São milhões de brasileiros que precisarão tomar remédios e cuidar da saúde para evitar complicações no coração. É importante estar atento a esse problema que existe há muito tempo”, conclui Andréa Brandão.