PATRÍCIA PASQUINI
FOLHAPRESS
Uma nova regra no Brasil mudou os números que indicam que a pressão do sangue está em risco. Agora, a pressão arterial sistólica precisa estar abaixo de 120 mmHg e a diastólica abaixo de 80 mmHg para ser considerada normal, sem risco de pré-hipertensão.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) anunciou essa mudança no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em São Paulo. A famosa pressão “12 por 8” passou a ser um sinal de atenção, indicando que é hora de cuidar mais da saúde.
Andréa Brandão, que lidera a nova diretriz da SBC para hipertensão em 2025, explica que o objetivo não é assustar, mas sim prevenir doenças. As regras internacionais já colocavam pressões entre 12 a 13 por 9 (máxima) e entre 8 a 9 (mínima) como um alerta.
“Queremos que quem tem pressão 12 seja chamado de pré-hipertenso para que comece a tomar cuidados, evitando a hipertensão. Medidas sem remédio como não fumar, evitar bebidas alcoólicas, ter uma alimentação saudável, praticar exercícios, reduzir o sal e controlar o peso são importantes”, diz Andréa.
Para quem já tem hipertensão, o nível que marca a doença continua sendo pressão igual ou acima de 14 por 9. O objetivo para esses pacientes é manter a pressão em até 13 por 8.
“Ter pressão abaixo de 13 por 8 é uma novidade na nossa diretriz. Estudos mostram que esse controle reduz muito mais o risco de problemas de saúde. Essa é a meta recomendada para todos com hipertensão”, explica a médica.
A recomendação é medir a pressão a partir dos 3 anos de idade, pelo menos uma vez ao ano. Para crianças com doenças congênitas, a verificação deve ser antes desse período. Jovens e adolescentes devem seguir a mesma periodicidade.
Idosos têm maior chance de pressão alta. Andréa Brandão alerta que a partir dos 55 ou 60 anos, tanto homens quanto mulheres (especialmente após a menopausa), é importante medir a pressão com mais frequência, pelo menos a cada seis meses, ou sempre que possível, especialmente se houver outras doenças.
A Organização Mundial da Saúde indica que adultos e idosos façam entre 150 a 300 minutos de atividade física moderada ou 75 a 150 minutos de atividade intensa por semana, além de exercícios de fortalecimento muscular pelo menos dois dias por semana.
“No Brasil, cerca de 30% a 32% dos adultos têm hipertensão. Milhões de pessoas precisarão de remédios e cuidados para evitar complicações no coração e circulatório. É fundamental ficar atento a essa condição que afeta tanta gente”, conclui Andréa Brandão.