Três detentos na prisão de La Santé foram colocados sob custódia policial na quarta-feira (22), devido à divulgação de um vídeo nas redes sociais, aparentemente gravado por um preso, contendo ameaças relativas à presença de Nicolas Sarkozy nas instalações, informou o Ministério Público.
Durante uma revista realizada pela administração penitenciária, foram apreendidos dois telefones celulares, confirmou a Promotoria de Paris, em concordância com informações da rádio Europe 1.
O Ministério Público de Paris iniciou uma investigação por ameaças de morte, confiada ao 3º Distrito da Polícia Judiciária. Os três detentos que estavam na cela foram imediatamente detidos para averiguações, conforme comunicado oficial.
Esse vídeo evidencia o perigo real ao qual o detento e ex-presidente Nicolas Sarkozy está exposto, ressaltou o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, no canal CNews, enfatizando a necessidade de atenção especial às condições de detenção do ex-chefe de Estado.
Darmanin reiterou sua intenção de visitar Sarkozy na prisão, mesmo diante dos alertas sobre riscos que possam comprometer a independência do Judiciário. O ministro afirmou acompanhar diariamente as condições de detenção do político ao qual se refere como seu mentor.
Os detentos colocados sob custódia após a divulgação do vídeo enfrentarão julgamento em audiência imediata. Alguns serão encaminhados ao setor disciplinar; outros devem ser transferidos para outras prisões, assegurou o ministro, acrescentando que não serão assumidos riscos.
Condenação e prisão
Nicolas Sarkozy foi condenado em 25 de setembro a cinco anos de prisão pelo crime de associação criminosa relacionado ao financiamento da sua campanha presidencial pela Líbia. Ele recorreu da sentença e está detido desde terça-feira (21) na prisão de La Santé, um acontecimento inédito na história republicana da França.
Sarkozy está submetido às normas do sistema prisional e passa grande parte do tempo confinado em sua cela. Um vídeo, supostamente gravado na sua primeira noite na prisão, mostra gritos e insultos dirigidos a ele, circulando amplamente nas redes sociais.
Esse episódio reacende debates sobre as condições de detenção do ex-presidente e a segurança nas prisões onde ele está encarcerado.