Disparo foi feito por policial penal do Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Caso está sob investigação; Secretaria de Administração Penitenciária disse que apura irregularidades.
Um detento do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Distrito Federal, ficou com o rosto desfigurado após ser atingido por uma bala de borracha. O disparo foi feito por um policial penal da unidade e o caso está sob investigação (veja mais abaixo).
Luiz Paulo da Silva Pereira, de 39 anos, foi atingido pelo tiro em 2 de março, dentro da penitenciária. O caso, no entanto, só foi registrado na delegacia nove dias depois, em 11 de março, momento em que a família tomou conhecimento dos ferimentos e acionou o Ministério Público.
A partir da denúncia, os promotores cobraram imagens das câmeras de segurança do CPP e laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) para saber mais detalhes sobre o caso. A Polícia Civil também investiga.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) informou que a situação está sendo apurada e que se forem constatadas irregularidades, os servidores serão responsabilizados. A pasta disse ainda que a Procuradoria-Geral do DF foi acionada para “adoção de medidas jurídicas pertinentes” e que o registro da ocorrência foi feito após saída do detento do hospital.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/Z/3/E6RGPhQA6dBH1Ch6I2Lw/h1900-df2-limpo-14032022-frame-37275.jpeg)
O CPP é o presídio da capital onde ficam os detentos do regime semiaberto. Luiz Paulo foi condenado por tráfico de drogas e está na unidade desde janeiro.
A versão que Luiz contou para advogada dele é de que os policiais abriram as celas para o banho de sol, mas que se desentenderam com presos que não cumpriram a ordem de revista. De acordo com o homem, ele estava dormindo e foi atingido quando se levantou para saber o que estava acontecendo.
Por outro lado, uma decisão da Vara de Execuções Penais (VEP) diz que, na versão dos policiais, “foi necessário realizar procedimento de intervenção prisional e uso de armamento não letal para apartar a briga que envolvia o uso de facas”. Segundo o processo, Luiz foi atingido no nariz por “instrumento de menor potencial ofensivo, fato que lhe causou lesões e encaminhamento a hospital”.
De acordo com o documento, o preso foi submetido a cirurgia plástica e “apresenta boa recuperação”. O Sindicato dos Policiais Penais (Sindpen) também disse que houve uma briga com facas entre os detentos e encaminhou uma foto do material apreendido no dia em que Luiz foi ferido (veja abaixo). O caso também passou a ser apurado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DIstrito Federal (CLDF).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/D/B/vBtrUxQYe5MARZuA4FCw/h1900-df2-limpo-14032022-frame-40751.jpeg)