Emmanoel Rondon, presidente dos Correios, descartou a ideia de privatizar a empresa e afirmou que o plano atual é balancear as finanças da estatal até 2027. A negociação com o Banco do Brasil, Caixa e outras instituições busca dar fôlego financeiro para os anos de 2025 e 2026, visando um futuro com resultados positivos no balanço a partir de 2027.
Ele ressaltou a importância de garantir a universalização dos serviços postais e classificou o processo atual como uma reestruturação da empresa, com foco em melhorias que busquem a viabilidade financeira. A intenção é que as receitas da empresa sejam suficientes para cobrir as despesas mensais, colocando fim às dúvidas sobre a sustentabilidade financeira dos Correios.
Rondon destacou que as medidas tomadas são mais abrangentes do que as recentes, embora sejam ações de curto prazo que estarão acompanhadas de outras estratégias ainda em desenvolvimento. Ele também mencionou que está avaliando o marketplace da empresa, o Mais Correios, para definir a melhor estratégia frente à concorrência.
Durante uma coletiva, o presidente explicou que as despesas dos Correios crescem cerca de 6% ao ano, um índice maior que o das receitas. Por isso, é necessário implementar ações para reduzir custos, especialmente os relacionados a pessoal e fornecedores, para evitar impactos negativos na operação e na receita.
Sobre o Programa de Demissão Voluntária (PDV), Emmanoel Rondon afirmou que está sendo cuidadosamente planejado para identificar onde existem ineficiências e ociosidade, evitando cortes lineares que possam prejudicar a capacidade operacional da empresa. Ele ainda está finalizando o mapeamento dessas áreas em todo o país antes de divulgar os detalhes do programa.
Além disso, o presidente mencionou esforços para reaproximar os maiores clientes e vender imóveis ociosos, o que contribuirá para a redução dos custos de manutenção. Há também estudos para ampliar os negócios e diversificar o portfólio de serviços, com base em modelos internacionais.
Por fim, Rondon comentou sobre o Postalis, fundo de pensão dos funcionários, que está sendo tema de negociação com as federações. O acordo salarial está em aberto e a questão é um dos principais desafios financeiros da empresa. Os Correios firmaram em 2022 um contrato comprometendo-se a transferir R$ 7,6 bilhões ao fundo para cobrir parte do déficit, dividido igualmente entre empresa e participantes, que soma R$ 15 bilhões.
