Por Maria Eduarda Barros e Riânia Melo
O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, em entrevista à Agência Ceub, chamou de “absurda” a ideia de perdoar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
“Isso não é correto. Numa democracia, quem tenta derrubá-la deve ser responsabilizado, não perdoado”, afirmou.
Leandro Grass destacou que os ataques à Praça dos Três Poderes foram um ataque direto à cultura e à identidade brasileiras.
“Quando destrói ou depreda, ataca o povo brasileiro.”
Os bens atingidos são protegidos pelo Iphan e reconhecidos pela Unesco como patrimônio mundial no conjunto da Praça dos Três Poderes em Brasília.
Os acusados respondem por danos ao patrimônio cultural e tentativa de golpe, segundo Grass.
Ele mencionou um julgamento recente que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis envolvidos, incluindo generais, integrantes do núcleo duro da conspiração segundo o STF, o que pode servir de exemplo para evitar novos ataques.
Recuperação
Grass comentou sobre a parceria do Iphan com a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) para restaurar 20 peças do Palácio do Planalto danificadas nos ataques.
“Ficou ótimo, devolvemos as peças este ano para o presidente Lula.”
Alguns objetos, especialmente do Supremo Tribunal Federal, não foram recuperados por estarem quebrados ou terem sido roubados.
Foi criado um livro e um documentário sobre a restauração dessas obras para preservar a memória dos eventos.
“Não podemos esquecer o impacto que isso causou.”
Grass explicou que o Iphan tem focado na Educação Patrimonial, que ensina a importância de proteger os patrimônios culturais, materiais e imateriais do Brasil.
Ele afirmou que o 8 de janeiro é um episódio negativo que faz parte dessa educação, mostrando o valor da cultura e do patrimônio brasileiro.
Colaboraram: Beatriz Ribas e Maria Paula Valtudes
Imagens: Alexandre Lopes e Melqui Lopes
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira