Andry Rajoelina, presidente de Madagascar, afirmou no domingo (12/10) que há uma tentativa ilegal de tomar o poder por força no país.
Em comunicado, Andry Rajoelina declarou: “A presidência da República informa a nação e a comunidade internacional que uma tomada de poder ilegal e forçada, contrária à Constituição e aos princípios democráticos, está acontecendo atualmente no território nacional”. Ele reforçou que o diálogo é o único caminho para resolver a crise e pediu união.
Por outro lado, um grupo do exército de Madagascar assumiu o controle das forças armadas após unir-se aos manifestantes anti-governo em Antananarivo e pedir às forças de segurança que não usassem armas contra a população.
Em vídeo, os oficiais afirmaram que todas as ordens do exército malgaxe passarão a ser dadas pelo quartel-general do CAPSAT (Corpo do Exército do Pessoal e dos Serviços Administrativos e Técnicos).
Oficiais da guarda nacional, acusados de violência contra manifestantes, reconheceram em vídeo recentes falhas e excessos, mas pediram fraternidade entre o exército e a guarda alegando que estão para proteger, não aterrorizar.
A manifestação de sábado (11/10) em Antananarivo foi uma das maiores desde o início dos protestos em 25 de setembro, liderados pelo movimento Gen Z. As manifestações começaram cobrando melhorias no abastecimento de água e energia, mas logo passaram a questionar os líderes políticos, especialmente o presidente Andry Rajoelina.
O primeiro-ministro nomeado recentemente, Ruphin Zafisambo, disse que o governo está firme e aberto ao diálogo com jovens, sindicatos e militares.
A presidência afirmou que o presidente Andry Rajoelina permanece no país e continua a governar.
Desde o início das manifestações, pelo menos 22 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas, segundo dados das Nações Unidas, números contestados por Rajoelina que fala em 12 mortes, classificando as vítimas como vândalos.
Madagascar é um dos países mais pobres do mundo e já enfrentou múltiplos protestos desde a independência da França em 1960, incluindo os levantes de 2009 que levaram Andry Rajoelina ao poder. Ele foi reeleito em 2018 e 2023 em eleições questionadas pela oposição.