O presidente interino da Síria, Ahmed Hussein al-Sharaa, chegou no sábado, 8 de novembro, aos Estados Unidos para uma visita oficial, conforme informou a agência de notícias síria. A chegada ocorre logo após seu nome ser retirado da lista de terroristas dos EUA.
Al-Sharaa, líder das forças rebeldes que derrubaram o ex-ditador Bashar al-Assad no fim de 2024, tem previsto um encontro nesta segunda-feira com o presidente Donald Trump.
Durante essa visita significativa, o governo em Damasco planeja firmar um acordo para integrar a coalizão internacional contra o jihadismo, liderada pelos Estados Unidos, declarou o enviado americano para a Síria, Tom Barrack.
Logo após a queda de Assad, em dezembro de 2024, os EUA cessaram a oferta de recompensa de 10 milhões de dólares que mantinham para a captura de Al-Sharaa.
Al-Sharaa já havia se reunido com Trump em Riad, durante a cúpula na Arábia Saudita, quando o presidente americano visitou a região em maio. Além disso, esteve em Nova York em setembro, sendo o primeiro líder sírio a falar na Assembleia Geral das Nações Unidas em muitos anos.
Interesses mútuos
Os Estados Unidos planejam estabelecer uma base militar próxima a Damasco, conforme informou uma fonte diplomática à agência AFP na Síria.
A Síria, após mais de 13 anos de guerra civil, busca assegurar financiamento para sua reconstrução, cujo custo pode superar 216 bilhões de dólares, de acordo com o Banco Mundial.
Suspensão das sanções internacionais
A decisão do governo Trump de retirar Al-Sharaa da lista de terroristas era amplamente esperada. O Departamento de Estado ressaltou que o governo de Al-Sharaa vinha atendendo às exigências dos EUA, incluindo cooperação na busca por cidadãos americanos desaparecidos e a eliminação de possíveis armas químicas remanescentes.
Na última quinta-feira, os EUA lideraram uma votação no Conselho de Segurança da ONU para suspender as sanções que restringiam as viagens internacionais de Al-Sharaa. A resolução, elaborada pelos americanos, reconhece o compromisso de Al-Sharaa, que há um ano comandava o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ex-ramo sírio da Al Qaeda, no combate ao terrorismo. O HTS foi removido da lista de organizações terroristas de Washington em julho.
Desde a ascensão ao poder, os novos líderes da Síria têm procurado se distanciar do passado extremista e violento, apresentando uma imagem mais moderada, aceitável para a população síria e para a comunidade internacional.
Foi como comandante do HTS que, liderando uma aliança rebelde, Al-Sharaa conseguiu derrubar Bashar al-Assad em 8 de dezembro de 2024.
