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sábado, 23/11/2024
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Presidente da Fiocruz pede cautela sobre suspensão de vacinação na Europa

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As suspensões das vacinações com o imunizante da Oxford/ AstraZeneca começaram após o anúncio de casos de morte por trombose na Dinamarca e na Áustria

(crédito: APU GOMES/AFP)

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, disse, nesta terça-feira (16/03), em reunião virtual da Comissão Externa da Câmara que acompanha as medidas de enfrentamento da covid-19, que a suspensão do uso da vacina da Oxford/AstraZeneca em quase 20 países da Europa deve ser vista com cautela. A Fiocruz está replicando no Brasil o imunizante. Para Nísia, a decisão deve ser respeitada e observada.

“É importantíssimo dizer que faz parte da cautela essa avaliação de todas as vacinas. Nós, na Fiocruz, temos ampla experiência com esse tipo de farmacovigilância e frisamos que tanto a agência europeia EMA quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendaram a interrupção da vacinação”, disse. De qualquer forma, acrescentou: “São cautelas dos países que, naturalmente, têm que ser não só respeitadas, mas observadas.”

As suspensões das vacinações com o imunizante da Oxford/ AstraZeneca começaram após o anúncio de casos de morte por trombose na Dinamarca e na Áustria. Desde então, o movimento foi engrossado por Alemanha, França, Itália, Espanha e Portugal. O argumento foi o de que havia a necessidade de se certificar que não há relação entre o imunizante e efeitos colaterais graves.

Tanto a OMS quando a agências reguladora europeia, que funciona como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), defendem a continuidade da aplicação da vacina. A maior parte da produção do imunizante pela Fiocruz começará a ser entregue ao Ministério da Saúde a partir deste mês. “Os eventos relatados são num número menor do que seria observado inclusive em relação à população ou grupos que normalmente têm esses eventos, independentemente da vacinação”, destacou a Nísia Trindade.

Segundo ela, 17 milhões de pessoas foram vacinadas na União Europeia e no Reino Unido, das quais 7 milhões com imunizantes da Oxford/AstraZeneca, e que não há evidência de risco aumentado, “seja para trombose, seja para embolia pulmonar”. Para ele, a suspensão é temporária e ocorre enquanto “são avaliados os eventos adversos relacionados com cautela, como precaução, diante da vacinação”. Mas, para ela, é importante reforçar: “Quanto mais vacinarmos, menos risco de desenvolvimento de novas variantes, mais proteção nós teremos inclusive em relação a esse aspecto que é comum aos vírus”.

Cronograma no Brasil

A presidente da Fiocruz informou ainda, durante a videoconferência, que o cronograma de entrega de vacinas pela Fiocruz ao Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, teve alteração neste primeiro semestre. Estão previstas, agora, as entregas de 3,8 milhões de doses em março, cerca de 21 milhões em abril, 26,8 milhões em maio, 27,4 milhões em junho e 21,2 milhões em julho.

Ela destacou, também, que há um estudo sendo desenvolvido entre a fundação e a Universidade de Oxford, na Inglaterra, para verificar se a atual vacina é eficaz contra a variante brasileira, a P.1, identificada pela primeira vez em Manaus. “Faz parte do nosso programa, inclusive do registro junto à Anvisa, um estudo das variantes”. Nos estudos, até o momento, disse Nísia Trindade, a vacina mostrou-se eficaz em relação à variante do Reino Unido.

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