Tendo como gatilho inicial o aumento do bilhete de metrô, protestos passaram a incluir leque mais amplo de reivindicações sociais
São Paulo — O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou que não renunciará, apesar dos grandes protestos contra o governo marcados pela violência, mas reconheceu “parte” da responsabilidade na crise, em uma entrevista exibida pela rede BBC.
Ao ser questionado pela jornalista Katy Watson sobre os pedidos de renúncia e se tomaria tal atitude, o presidente conservador respondeu de maneira simples: “Não”.
“Estes problemas se acumularam nos últimos 30 anos. Sou responsável por parte dele, e assumo minha responsabilidade, mas não sou o único”, afirmou.
Tendo como gatilho inicial o aumento do bilhete de metrô e, na sequência, passando a incluir um leque mais amplo de reivindicações sociais, as manifestações entram em sua terceira semana. Os sinais não são de que haverá um recuo nas ruas.
O governo parece impotente, embora tenha declarado estado de emergência e enviado os militares para patrulharem as ruas junto com a polícia.
Com 13% de aprovação, Piñera é o chefe de Estado com os mais baixos percentuais de aprovação desde o retorno do Chile à democracia em 1990.
Liderados pela Prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchú, ativistas pedem a Piñera que contenha o que denunciam como “graves e sistemáticas” violações dos direitos humanos para reprimir os protestos.
“Há muitas supostas queixas sobre uso excessivo da força e, se isso aconteceu, posso garantir que será investigado (…) e será julgado”, declarou Piñera, na mesma entrevista.
“Não haverá impunidade”, frisou.