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quinta-feira, 21/11/2024
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Presidenciável francesa Marine Le Pen defende legitimidade da reintegração da Crimeia à Rússia

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A candidata presidencial francesa Marine Le Pen reafirmou nesta quarta-feira (13) sua opinião de que a Crimeia deve estar com a Rússia depois de votar pela saída da Ucrânia em um referendo em 2014.

© Sputnik / Kristina Afanasieva / Abrir o banco de imagens
Única rival do presidente Emmanuel Macron que chegou ao segundo turno da eleição, prevista para 24 de abril, a íder do partido francês de extrema-direita Reagrupamento Nacional (Rassemblement National, em francês) disse não se arrepender de seus comentários sobre o status da Crimeia que levaram-na à proibição de entrada na Ucrânia.

“Eu não neguei [a reintegração da Crimeia] porque eles fizeram um referendo. Então, eu não vou a Kiev… Eu não me arrependo. A Crimeia foi ucraniana por 26 anos e o resto do tempo foi russa. Pessoas na Crimeia queriam voltar para a Rússia”, disse ela em entrevista à emissora BFM TV.

Ela acrescentou, ainda, que não iria para a Rússia até que suas tropas deixassem a Ucrânia e um tratado de paz fosse assinado.
Le Pen prometeu fornecer ajuda militar letal e não letal à Ucrânia durante um discurso de campanha em Paris no início do dia.
Sobre a OTAN e a Rússia, Le Pen disse que os dois devem reconstruir seu relacionamento estratégico. Ela argumentou que os laços mais estreitos entre a Rússia e a China não eram do interesse da França e da Europa, mas dos Estados Unidos.

“Assim que o conflito russo-ucraniano terminar e for resolvido por meio de um tratado de paz, defenderei uma aproximação estratégica entre a Otan e a Rússia”, disse ela à imprensa.

Le Pen reiterou sua insistência na independência da França de Washington dentro da OTAN.
Os americanos tradicionalmente desempenham o papel de liderança na estrutura de comando da aliança, e Le Pen disse que faria a França deixar a coalizão militar caso seja eleita.

Contra sanções à Rússia

Ontem (12), Le Pen declarou ser contrária às restrições impostas aos insumos energéticos da Rússia. Ela acredita que a retaliação ocidental pode ter consequências negativas para o povo francês.
As alegações da presidenciável foram feitas nesta terça-feira (12) à rádio France Inter.
“Eu me oponho às sanções energéticas [contra a Rússia]. Não quero que o povo francês enfrente as consequências de decisões que tentam barrar a importação de óleo e gás porque eu sei que haverá consequências nos preços dos insumos para a França. E eu estou aqui para defender a França”, disse ela.
Le Pen sugeriu ainda que Paris deve se retirar do mercado energético europeu, uma vez que a França é muito menos dependente do óleo e do gás russos do que outros países da União Europeia (UE).
Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, o bloco europeu votou pela aceleração da independência dos insumos energéticos russos.
Na semana passada, a UE anunciou seu quinto pacote de sanções contra a Rússia, que inclui banimento total da compra, importação e transferência de carvão e outros combustíveis fósseis para os países-membros caso eles sejam originados da Rússia ou exportados de lá. A medida começa a vigorar em agosto.
Os preços dos itens energéticos tiveram um aumento de 45% em março quando comparados ao mesmo período do ano passado.
As importações da Rússia para a União Europeia em 2021 correspondem a aproximadamente 45% do total comprado de gás, 27% em relação a óleo cru e 46% ao carvão, segundo a Comissão Europeia.
O primeiro turno das eleições presidenciais francesas ocorreu no último domingo (10). O atual presidente, Emmanuel Macron, obteve 27,84% dos votos válidos, enquanto Le Pen garantiu 23,15%. A segunda etapa do pleito ocorre em 24 de abril. Projeções indicam que o adversário de Le Pen garantirá sua reeleição em uma votação apertada, com 52% dos votos.
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