Medida será tomada se a prefeitura não fechar acordo com os hospitais; 76% dos leitos de UTI da cidade já estão ocupados
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse na segunda-feira (4) que os leitos de hospitais privados poderão ser requisitados caso não haja um acordo com a rede privada de saúde. “Se for o caso, a gente já tinha autorização da legislação federal, e agora, com a legislação municipal, vamos poder requisitar esse leito e, depois, discutir o quanto deve ser pago por ele”, ao citar a Lei Municipal 17.340, aprovada na quinta-feira (30).
“A requisição a gente chega quando não há acordo. Aí a gente requisita e obriga a pessoa a receber e depois a gente discute o valor. Os hospitais que não queiram conversar e, havendo a necessidade, aí podemos fazer a requisição”, afirmou o prefeito.
Inventário
Segundo Covas, a prefeitura terminou de fazer um inventário sobre a quantidade de leitos na rede privada. Foram identificados 247 hospitais privados na capital paulista, sendo que 107 administram 3.970 leitos. Os demais 140 têm 255 leitos. “Com esses hospitais [é] que a gente tem priorizado a conversa. Com dois deles já assinamos contrato para disponibilizar leitos de UTI para regulação municipal, como o Hospital da Cruz Vermelha e o Hospital da Unisa. Isso já está sendo feito na cidade de São Paulo via contrato, com pagamento de preço público de R$ 2,1 mil por dia e por leito, pago pela prefeitura de São Paulo”, disse o prefeito.
No acordo fechado com a Cruz Vermelha, a prefeitura conseguiu 20 leitos de UTI, inicialmente, e 40 de enfermaria. No caso da Unisa, foram obtidos 60 leitos de enfermaria, que vão funcionar como sistema de retaguarda para os hospitais de Parelheiros e do M’Boi Mirim.
Até domingo (3), a taxa de ocupação de leitos de UTI na cidade de São Paulo estava em 76% nos hospitais municipais. A capital tem 32.187 casos confirmados de coronavírus, com 2.654 óbitos.
Centro de apoio
O prefeito Bruno Covas disse que o serviço oferecido por nove unidades do Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (Cates), para auxiliar pessoas que estão com dificuldade de conseguir o auxílio emergencial do governo federal, estão funcionando bem.
“Algo em torno de 500 mil paulistanos que têm direito a esse auxilio, dos 2,2 millhões, ainda não conseguiram fazer o registro no aplicativo disponibilizado pela Caixa Econômica Federal no dia 7 de abril. Nós atendemos 1,4 mil pessoas que tiveram agendado pelo serviço 156”, disse.
“Estamos tirando dúvidas dessa população e ajudando pessoas a se cadastrarem, reduzindo o número de pessoas que vão a agências da Caixa Econômica Federal”, acrescentou.