O prefeito da cidade mexicana de Uruapan, Carlos Manzo Rodríguez, foi assassinado a tiros neste sábado (1º/11) durante a tradicional Festa das Velas, que acontece na praça central da cidade, no estado de Michoacán, uma região conhecida pela violência associada ao crime organizado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do México, dois suspeitos foram presos e um terceiro agressor morreu no local.
O ataque ocorreu por volta das 20h, horário local, quando Manzo retornava à praça para tirar fotos com crianças fantasiadas para o Dia de Finados, poucos minutos após inaugurar a cerimônia de acendimento de velas.
Combate ao crime organizado
Conhecido como “El del Sombrero”, Manzo era prefeito desde setembro de 2024 e atuava como candidato independente. Ele já havia sido deputado federal pelo partido Morena entre 2021 e 2024.
Durante sua gestão, denunciou repetidamente o domínio de gangues criminosas, como o Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG), La Nueva Familia Michoacana e Los Viagras, que atuam em Uruapan, pedindo maior reforço na proteção federal.
Em entrevista em setembro, Manzo afirmou: “Não quero ser apenas mais um prefeito executado”. Ele criticava a política de segurança federal conhecida como “abraços, não balas” e propunha medidas mais rigorosas para combater o crime organizado, incluindo a eliminação de criminosos armados.
O prefeito contava com a proteção de guarda-costas da Guarda Nacional e das forças locais de segurança, além de segurança reforçada desde dezembro do ano anterior. O secretário de Segurança Pública, Omar García Harfuch, informou que 14 agentes foram alocados para patrulhar as áreas periféricas a pedido de Manzo.
Reação do governo
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, convocou uma reunião emergencial com o gabinete de segurança federal, que inclui os Ministérios do Interior, Defesa, Marinha, Segurança e Proteção Cidadã, além da Guarda Nacional. García Harfuch informou que equipes de investigação e promotores foram enviados a Uruapan para apurar o caso.
Este crime reacende as preocupações sobre a segurança dos prefeitos no México e o impacto dos cartéis em cidades estratégicas.
Há um ano, o jornalista Mauricio Cruz Solís foi assassinado na mesma praça minutos após realizar uma entrevista ao vivo com Manzo via Facebook.
