Os preços futuros do petróleo terminaram o dia em alta nesta quinta-feira, motivados por conflitos geopolíticos que têm impacto maior que a oferta abundante do produto. Os ataques da Rússia à Ucrânia e os comentários de líderes mundiais geram dúvidas sobre os esforços recentes para encontrar uma solução diplomática para o conflito.
No mercado de Nova York (Nymex), o petróleo tipo WTI para entrega em outubro fechou com alta de 0,70% (US$ 0,45), cotado a US$ 64,60 por barril. Já o Brent para novembro, negociado na Bolsa Intercontinental (ICE), subiu 0,80% (US$ 0,54), chegando a US$ 67,98 o barril.
Sanções e tarifas contra a Rússia, somadas a ataques contra instalações petrolíferas russas, mantêm os preços estáveis mesmo diante de uma possível sobra na oferta, que poderia reduzir os valores, especialmente após o uso maior de óleo no Oriente Médio para refrigeração no verão e o fim da alta temporada de viagens, segundo Anthony Yuen, especialista do Citi Research.
Anthony Yuen destaca que a produção da Opep+ aumentou menos do que se esperava e que a Índia pode estar comprando mais petróleo russo do que relatado oficialmente.
O Citi mantém a previsão de preço médio para o Brent no terceiro trimestre em US$ 66 o barril e projeta US$ 63 para o quarto trimestre, já que o excesso de oferta deve começar a pressionar os preços até o fim do ano.
A Rússia lançou um ataque em Kiev usando drones e mísseis, atingindo prédios diplomáticos da União Europeia e do Reino Unido. A chefe de Relações Exteriores da UE, Kaja Kallas, anunciou que convocará o embaixador russo na União Europeia. O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou que está claro que o encontro entre os líderes russo Vladimir Putin e ucraniano Volodimir Zelenski não acontecerá, e que o governo discutirá a guerra levando em conta essa realidade.
Alemanha, França e Reino Unido iniciaram um processo chamado “snapback” para restabelecer sanções da ONU contra o Irã devido ao seu programa nuclear, isolando ainda mais o país após ataques em suas instalações atômicas. Esse processo pode começar em outubro e inclui o congelamento de ativos iranianos no exterior e outras medidas que podem agravar a crise econômica do país.