Os preços do petróleo caíram nesta segunda-feira (20), pressionados pelo aumento da produção e pela desaceleração da economia da China.
O barril do tipo Brent, vendido em Londres para entrega em dezembro, caiu 0,46%, ficando em 61,01 dólares, próximo das menores cotações desde o início de maio.
Nos Estados Unidos, o barril West Texas Intermediate (WTI), com vencimento em novembro, ficou quase estável, com pequena queda de 0,03%, encerrando a 57,52 dólares.
Andy Lipow, da Lipow Oil Associates, disse à AFP: “O petróleo bruto está pressionado porque a oferta continua crescendo”, principalmente com o aumento das cotas de produção dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+).
Desde abril, o cartel aumentou bastante a produção, provocando mais oferta do que demanda no mercado.
Lipow acrescentou que a produção nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Guiana também tem subido, aumentando a pressão.
O último relatório mensal da Agência Internacional da Energia (AIE) prevê um excesso de oferta de cerca de 2,2 milhões de barris por dia em 2025, podendo chegar a quase 4 milhões em 2026.
Phil Flynn, do Price Futures Group, explicou que a situação está se aproximando de uma “configuração de contango”, quando o preço para entrega imediata é menor do que para entrega futura.
Flynn mencionou ainda que os números econômicos recentes da China são desanimadores.
Na segunda-feira, a China anunciou um crescimento mais lento no terceiro trimestre, de 4,8% em 12 meses, afetado pelo consumo interno mais fraco e tensões comerciais.
Como a China é o maior importador mundial de petróleo, os operadores estão observando com atenção a saúde da economia chinesa.
O mercado também está atento às negociações comerciais recentes entre Pequim e Washington, que concordaram em preparar novas conversas no sábado.
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