A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados estabeleceu nesta segunda-feira, 23, um período para que a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) apresente sua defesa no processo que pode resultar na cassação de seu mandato. A parlamentar dispõe de cinco sessões para entregar uma defesa por escrito e apresentar evidências a partir do dia 24 de junho.
O jornal Estadão buscou contato com a equipe de defesa da deputada para obter uma posição, mas até a publicação desta matéria não houve resposta. O espaço seguirá aberto para atualizações.
O relatório do processo contra Zambelli está a cargo do deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR), designado pela CCJ na terça-feira passada, 17. Garcia é crítico ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e já teve confrontos com integrantes do PT durante seus três mandatos.
A CCJ irá examinar o caso e emitir um parecer favorável ou contrário à cassação. Após esta etapa, haverá votação no plenário da Câmara, sendo necessário o voto de 257 parlamentares para que a cassação seja confirmada.
Zambelli está sujeita ao processo de perda do mandato em decorrência da condenação, em 14 de maio, relacionada à invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou ainda uma pena de dez anos de prisão para a deputada.
Após a decisão, Carla Zambelli saiu do Brasil e buscou refúgio na Itália, país do qual tem cidadania. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou prisão preventiva da deputada devido ao risco de fuga, mas a detenção ainda não ocorreu.
Há um processo de extradição em andamento contra Zambelli e seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol. As redes sociais da deputada e de familiares foram bloqueadas por determinação do Supremo.