Durante a realização da COP 30, a 30ª Conferência do Clima da ONU, em Belém (PA), uma pesquisa da Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME) em parceria com Equidade.info revelou que apenas 1 em cada 10 estudantes brasileiros conhece a COP 30.
O estudo, feito entre agosto e setembro de 2025, mostra uma situação preocupante de falta de conhecimento sobre mudanças climáticas. Ressalta que a educação ambiental nas escolas ainda não prepara adequadamente os jovens para enfrentar os desafios atuais da crise ambiental.
O que são mudanças climáticas?
A pesquisa indica que sete em cada dez estudantes já ouviram falar em mudanças climáticas, mas apenas um terço sabe explicar o significado do termo. Outro terço admite não saber nada sobre o assunto.
Mais de 70% dos alunos relataram ter passado por dias de calor extremo em 2025, mas 64% acreditam que a escola os prepara pouco ou nada para lidar com essas situações.
Dentre os professores, 69% acreditam que a escola não prepara os estudantes para enfrentar os efeitos do aquecimento global.
Importância do diálogo na escola
Para a deputada Socorro Neri (PP/AC), integrante da Frente Parlamentar Mista da Educação, as escolas ainda não conseguem debater a crise climática com os jovens da forma necessária. “A maioria já sente os efeitos do calor excessivo, falta de água e enchentes, mas não está preparada para enfrentar essas situações. Além disso, somente uma pequena parte sabe o que é a COP 30. Isso mostra que a educação climática não é um tema secundário, mas essencial e deve ser verdadeiramente implementada nas redes de ensino, não ficando apenas no discurso”, afirmou.
Os resultados reforçam a necessidade urgente de integrar a educação climática como parte fundamental da formação escolar, sugerindo melhorias na implementação nos currículos, ampliação da formação continuada dos professores e aproximação da teoria com a realidade local dos estudantes.
Desigualdades regionais no conhecimento
O relatório revela desigualdades regionais: a região Norte concentra os estudantes (27%) e professores (77%) com maior conhecimento sobre a COP 30, enquanto o Nordeste apresenta os menores índices entre alunos (4%) e docentes (52%).
O estado de Goiás destaca-se por ter níveis de informação entre estudantes superiores até aos do Pará, cidade-sede da conferência, com 73,6% contra 55,4%, respectivamente.
O conhecimento também varia conforme o nível de ensino e a rede escolar. Entre alunos da rede privada, a proporção dos que sabem o que é a COP 30 é quatro vezes maior em comparação aos alunos da rede pública.
