23.5 C
Brasília
quinta-feira, 26/06/2025




Postos questionam previsão do governo sobre queda no preço da gasolina

Brasília
céu limpo
23.5 ° C
23.5 °
18.9 °
53 %
3.1kmh
0 %
sex
27 °
sáb
27 °
dom
29 °
seg
28 °
ter
20 °

Em Brasília

NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Representantes do setor de combustíveis manifestaram dúvidas nesta quinta-feira (26) sobre a previsão do governo de redução no preço da gasolina após o anúncio do aumento da proporção de etanol na mistura vendida nos postos.

O Paranapetro, que representa os postos do Paraná, classificou a previsão como “totalmente irreal”. Segundo eles, considerando apenas os custos divulgados pela Petrobras e pelo Cepea (Centro de Pesquisa Econômica Aplicada da USP), a redução para as distribuidoras seria no máximo de um centavo e meio por litro.

Na cerimônia em que foi anunciado que a gasolina passará a conter 30% de etanol a partir de agosto, o Ministério de Minas e Energia (MME) estimou uma redução de R$ 0,11 por litro. Por outro lado, a Fecombustíveis, que reúne sindicatos de postos em todo o país, afirma que a queda será de até R$ 0,02 por litro.

Atualmente, o etanol anidro compõe apenas 12,7% do preço final da gasolina nos postos brasileiros, segundo cálculos da Petrobras. O restante é formado pela gasolina em si, impostos e margens de lucro das distribuidoras e postos.

Na semana anterior, o valor médio da gasolina no país foi de R$ 6,23 por litro, sendo R$ 2,08 referentes à parcela da Petrobras e R$ 0,79 ao custo do etanol anidro. Já os impostos estadual e federal somaram R$ 1,47 e R$ 0,70, respectivamente, enquanto as margens representaram R$ 1,19.

A Fecombustíveis destaca que os preços dos combustíveis são livres no país. “Devido à complexidade da formação dos preços (importação, biocombustíveis, CBIOs, conflitos internacionais, entre outros), os postos dependem dos valores repassados pelas distribuidoras”, explicou.

O Paranapetro ressaltou que a redução na bomba dependerá do repasse por parte das distribuidoras, que varia conforme a forma de compra do etanol por cada empresa. O mercado de etanol é altamente volátil, com variações diárias.

O MME também afirmou que com o aumento do etanol, o Brasil se tornará exportador de gasolina, o que pode levar o preço interno a ser definido pelo valor de exportação, em vez do preço de importação, que inclui custos de transporte.

No entanto, a Petrobras há algum tempo deixou de seguir o preço de importação, acompanhando de forma indireta a variação dos preços internacionais, mantendo uma pequena diferença no longo prazo, em cumprimento à promessa do presidente Lula de adequar os preços ao mercado interno.

Essa política foi beneficiada pela queda nos preços internacionais do petróleo nos últimos dois anos, o que permite ao governo afirmar que hoje os combustíveis são vendidos a preços menores do que no final do governo anterior.

Durante o evento desta quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está conseguindo controlar o preço dos combustíveis. “Esse controle é essencial para garantir um ciclo positivo na economia por meio do combate à inflação”, afirmou.




Veja Também