Nova York e Brasília – A Secretaria de Imprensa da Casa Branca confirmou nesta quarta-feira (24/9) que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump devem dialogar nos próximos dias, mas inicialmente por telefone. Os líderes tiveram um breve contato nos bastidores da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e decidiram continuar a conversa.
Em entrevista ao Metrópoles, a porta-voz da Casa Branca, Amanda Robertson, destacou que ainda estão acertando local, data e pauta para o encontro.
“Ainda estamos organizando e confirmando os pormenores da reunião, que é natural para encontros desse porte entre presidentes. Eles falaram, concordaram em se reunir, e agora cabe aos diplomatas e equipes tanto da Casa Branca quanto do Brasil, definir esses detalhes”, comentou.
Segundo Robertson, o breve diálogo entre Lula e Trump foi construtivo. “Parece que o presidente Lula estava se despedindo enquanto o presidente Trump chegava. Eles trocaram algumas palavras, foi um diálogo curto e positivo, e combinaram uma reunião para os próximos dias”, completou.
Dialogo rápido entre Lula e Trump
Na terça-feira (23/9), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já tinha antecipado a possibilidade deste contato. Em entrevista à CNN Internacional, ressaltou que o encontro presencial era inicialmente previsto, mas pode não acontecer devido às agendas corridas.
“O presidente Lula está sempre aberto a conversar com qualquer líder estrangeiro relevante para o Brasil, e isso poderá ocorrer por telefone ou videoconferência, pois sua agenda está bastante cheia. Talvez o encontro físico não seja viável, mas eles encontrarão um meio”, afirmou.
Sanções e defesa da democracia
A porta-voz também comentou sobre as novas sanções dos EUA contra o Brasil, motivadas pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela destacou que os Estados Unidos mantêm a proteção da democracia e da liberdade de expressão como prioridades.
“As restrições aplicadas ao Brasil resultam da avaliação dos Estados Unidos sobre violações desses direitos humanos. É importante lembrar que os valores democráticos e a liberdade de expressão foram temas centrais para o presidente Trump nas Nações Unidas”, disse Robertson.
Encontro casual na ONU
De acordo com a administração americana, o curto contato entre os presidentes se deu pela rotina diplomática da ONU, onde reuniões informais são comuns.
“O ambiente das Nações Unidas proporciona momentos para conversas espontâneas, francas e rápidas, que frequentemente abrem caminho para diálogos mais aprofundados. Isso será visto com os presidentes Trump e Lula nos próximos dias”, explicou Robertson.
Na manhã de terça-feira (23/9), Lula e Trump cumprimentaram-se com um aperto de mão de cerca de 20 segundos nos bastidores da Assembleia. Durante seu discurso, o petista lamentou os “ataques sem precedentes” contra instituições brasileiras, enquanto o republicano demonstrou cordialidade com o brasileiro dizendo de modo descontraído: “Tenho boa relação com o Lula e só fecho negócios com pessoas de quem gosto”.