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quarta-feira, 10/09/2025

Por que treinar leve na academia é eficiente

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Na academia, muitas vezes observamos olhares julgando quem usa pesos mais leves, como se isso indicassse fraqueza ou um treino pouco sério. Porém, essa percepção está longe do correto. Iniciar ou retornar à musculação utilizando cargas moderadas é uma estratégia inteligente para o corpo.

De acordo com Hyago Bhenner, fisioterapeuta dos hospitais Home, Santa Marta e Anchieta em Brasília, o corpo necessita de um período de adaptação para que músculos, articulações e o sistema neuromotor possam responder aos estímulos da musculação de maneira segura e eficaz.

“É crucial respeitar o tempo necessário para o corpo se adaptar. O uso de cargas adequadas — nem muito leves, nem excessivas — possibilita o fortalecimento seguro do sistema musculoesquelético”, afirma o especialista. Ignorar esse processo e forçar além da capacidade corporal pode acarretar riscos elevados. “Cargas muito intensas podem causar lesões como distensões musculares, ruptura de fibras e sobrecarga nas articulações”, alerta Hyago.

A lógica por trás disso é clara: antes de aumentar a carga, é fundamental construir uma base sólida de força, técnica e controle motor. O treino de força promove microlesões nas fibras musculares que, na fase de descanso, são reparadas, resultando em músculos mais resistentes.

“Este processo requer tempo e dedicação. A progressão na carga deve ocorrer conforme o corpo demonstra adaptação”, explica o fisioterapeuta.

Fernando Castro, educador físico, reforça esse entendimento, destacando que comparar o treino de iniciantes com o de praticantes experientes é um erro comum. “O peso que cada pessoa levanta depende de fatores como grau de treinamento, massa muscular e até mesmo condições de saúde”, comenta.

Portanto, não importa a carga que o colega levanta, o fundamental é respeitar o estágio de cada indivíduo e trabalhar conforme o que seu corpo suporta no momento.

Fernando ainda ressalta que o progresso na musculação acontece quando o músculo é desafiado gradualmente, respeitando a capacidade individual. “A eficiência do treino não se mede pelo peso absoluto, mas pela intensidade relativa ao que cada pessoa suporta”.

Ou seja, um treino com cargas menores pode ser tão eficaz quanto um com pesos elevados, desde que executado com técnica correta, controle e foco.

Pedro Ribeiro, ortopedista da Unique Ortopedia Brasília, destaca estudos recentes que indicam que a execução adequada do movimento, com amplitude e controle, favorece mais o desenvolvimento muscular do que o uso de cargas pesadas com reduzido movimento.

“Realizar o exercício com menor peso e amplitude correta gera maior estímulo muscular que usar cargas altas e limitar o movimento”, esclarece. Para ele, o peso deve aumentar progressivamente e não ser o foco principal do treino. O essencial é proporcionar o estímulo correto no momento certo.

Musculação e Consciência Corporal

Além da força física, o início da musculação requer consciência corporal. “O controle motor possibilita à pessoa perceber seus movimentos, manter postura correta e prevenir lesões”, destaca Hyago. Para ele, a chave para um treino seguro está mais em conhecer o funcionamento do corpo do que apenas na quantidade de peso levantado.

Por fim, ambos especialistas reforçam que músculos mais fracos nem sempre indicam sedentarismo ou fraqueza. Existem diversos fatores, como idade, doenças neuromusculares ou deficiências nutricionais.

“É importante considerar o contexto individual antes de associar fraqueza exclusivamente à falta de atividade física”, conclui o fisioterapeuta.

A mensagem principal é clara: mais importante do que levantar muito peso é praticar a musculação com consciência, respeitando os limites e a evolução individual. O peso é apenas um meio. O verdadeiro objetivo é o progresso constante e seguro.

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