O navio iraniano Delruba, que atracou no Brasil no último sábado (4/10), está na lista de sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) dos Estados Unidos desde 2018. Essas sanções fazem parte das medidas adotadas para pressionar o Irã a renegociar seu programa nuclear.
Em fevereiro de 2018, o presidente dos EUA, Donald Trump, ao anunciar as sanções, declarou que a intenção era impedir que o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei desenvolvesse armas nucleares.
Logo após o anúncio, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, criticou a estratégia de pressão máxima, afirmando que essa abordagem havia fracassado e que repetir a mesma tática não levaria a resultados positivos.
Conflito entre EUA e Irã
A relação entre o governo de Donald Trump e o regime do aiatolá Ali Khamenei foi marcada por forte tensão desde o início do mandato presidencial do republicano (2017-2021). O desenvolvimento do programa nuclear iraniano é o principal ponto de discórdia entre os dois países.
Donald Trump foi também responsável pela ordem de assassinato do ex-general iraniano Qassem Soleimani, uma figura proeminente nas forças militares do Irã, justificando o ataque como uma resposta a uma ameaça aos Estados Unidos.
Detalhes sobre o navio Delruba
O cargueiro Delruba chegou ao Brasil trazendo 60 mil toneladas de ureia, um produto usado para a fabricação de fertilizantes, e fez sua escala no Terminal Portuário de Santa Catarina (TESC). O valor total da carga ultrapassa os 24 bilhões de dólares, equivalente a aproximadamente 128,6 bilhões de reais.
De acordo com o governo norte-americano, entidades ou países que fazem negócios com a empresa estatal iraniana podem ser alvo de sanções. Entretanto, representantes do Complexo Portuário de São Francisco do Sul, onde o TESC está localizado, garantiram que a operação ocorreu em conformidade com as leis brasileiras vigentes.