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domingo, 07/09/2025

Por que comemos mais no inverno?

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Você já notou que a fome parece aumentar durante os dias frios e que a vontade por comidas mais calóricas cresce? Isso acontece porque o corpo precisa de mais energia para se aquecer, unindo fatores do nosso metabolismo, fisiologia e também comportamentos.

A nutricionista Giovanna Aparecida de Oliveira Hirata, do Alta Diagnósticos, explica que para manter a temperatura do corpo próxima de 36,5°C, nosso organismo gasta mais energia em um processo chamado termogênese, o que pode gerar maior apetite.

“Estudos indicam que a sensação de fome aumenta em dias frios, principalmente quando passamos longos períodos expostos ao frio”, comenta a nutricionista.

A endocrinologista Deyse Meira, dos laboratórios Delboni e Salomão Zoppi, complementa que o corpo busca repor a energia perdida para o frio. “Quando o organismo perde calor para o ambiente, ele tende a estimular o aumento do consumo alimentar”, explica.

Hormônios e regulação do apetite

O hipotálamo, área do cérebro responsável pela regulação da temperatura e fome, responde a essa necessidade maior de energia aumentando a produção da grelina, o hormônio da fome, e diminuindo a leptina, que promove a sensação de saciedade.

Além disso, o tecido adiposo marrom é ativado para gerar calor corporal, influenciado por hormônios como noradrenalina e adrenalina. Em alguns casos, o cortisol pode subir levemente devido ao estresse do frio, contribuindo para o aumento da fome.

Como controlar o apetite no frio?

  • Prefira comidas quentes e leves, como sopas de legumes ou abóbora com gengibre, sem adição de creme de leite ou queijos gordurosos.
  • Inclua leguminosas nas preparações, como lentilha e grão-de-bico, para dar mais saciedade.
  • Mantenha o consumo de vegetais, como folhas refogadas ou legumes assados.
  • Use temperos que ajudam a acelerar o metabolismo, como gengibre, cúrcuma, pimenta preta e canela.
  • Escolha carboidratos complexos, como batata-doce, mandioca, abóbora e aveia, que liberam energia gradualmente.
  • Hidrate-se bem, mesmo com menor sensação de sede, para não confundir a falta de água com fome.
  • Invista em chás sem açúcar, como canela, gengibre, hibisco ou erva-doce para aquecer e hidratar.
  • Modere o consumo de doces e chocolates, preferindo pequenas porções ou versões com mais cacau (70%) combinadas com castanhas para aumentar a saciedade.
  • Evite guardar muitos alimentos ultraprocessados em casa para não facilitar o consumo por tédio ou emocional.
  • Mantenha-se ativo mesmo nos dias frios, com atividades como caminhar, yoga ou musculação para ajudar no controle do apetite.

Pratos mais calóricos e confortantes realmente chamam mais atenção no inverno. Segundo a nutricionista Giovanna, o corpo procura alimentos que fornecem energia rápida e ajudam a conservar o calor, como sopas cremosas, massas, pães, chocolates e queijos.

Alimentos ricos em carboidratos também elevam a serotonina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer, por isso comidas como macarrão ou chocolate quente parecem ainda mais atraentes em dias frios e cinzentos.

Além dos motivos biológicos, há fatores emocionais e culturais. “O inverno é uma época mais caseira, que costuma estar associada ao aumento do consumo de alimentos típicos da estação”, destaca a nutricionista.

Se o apetite grande vier acompanhado de cansaço excessivo, desânimo ou alterações de humor, pode ser sinal de desequilíbrios hormonais. “Fome exagerada junto de fadiga pode indicar hipotireoidismo ou deficiência de vitamina D, já que a menor exposição ao sol no inverno diminui essa vitamina”, alerta Giovanna.

A endocrinologista Deyse Meira alerta que dietas muito restritivas podem levar à sensação maior de frio e fome como mecanismo do corpo para economizar energia, sendo necessário ajuste alimentar nesses casos.

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