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sexta-feira, 12/12/2025

Por que ciclones e tornados estão mais fortes no Brasil

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Nas últimas semanas, o Brasil enfrentou eventos climáticos extremos. Um ciclone extratropical causou tempestades intensas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, deixando mais de 1,3 milhão de pessoas sem energia e prejudicando voos no Aeroporto de Congonhas.

Em Flores da Cunha (RS), um tornado com ventos acima de 100 km/h provocou destruição, e, há um mês, Rio Bonito do Iguaçu (PR) sofreu com um tornado muito mais violento, atingindo mais de 250 km/h e deixando sete mortos e mais de 130 feridos.

Aumento na intensidade dos ciclones e tornados gera questionamentos. Meteorologistas revelam que os ciclones extratropicais não são mais frequentes, mas estão mais intensos.

Os ciclones ‘fracos’ são frequentes e fazem parte da rotina, muitas vezes sem grandes efeitos, pois se formam em alto-mar. O meteorologista Marcelo Seluchi, do Cemaden, destaca que a ocorrência de ciclones intensos em dezembro é incomum, mas vem aumentando em intensidade e frequência.

Segundo ele, isso está ligado às mudanças climáticas. O aumento da temperatura dos oceanos e da atmosfera eleva a umidade disponível, condição essencial para ciclones mais poderosos.

Antonio Marengo, também do Cemaden, reforça que a mudança climática está associada à intensidade dos ciclones, que apresentam ventos fortes característicos, potencializados pela queda acentuada da pressão atmosférica.

Tipos de ciclones

  • Extratropicais: ocorrem com mais frequência no Brasil, formados em latitudes médias e ligados a frentes frias.
  • Tropicais: mais intensos, formam-se próximos ao Equador sobre oceanos quentes, conhecidos globalmente como furacões ou tufões.
  • Subtropicais: híbridos dos anteriores, comuns no litoral sudeste do Brasil.

Tornados

Os tornados são fenômenos de escala menor que os ciclones, com grande poder destrutivo mas ação localizada e breve. A principal diferença está na dimensão e duração.

Marcelo Seluchi observa que é difícil afirmar se os tornados aumentaram em frequência ou intensidade pela falta de registros históricos confiáveis, já que tornados duram poucos minutos e podem ter sido subnotificados antes da disseminação de celulares com câmeras.

Os tornados se originam de nuvens de tempestade chamadas supercélulas, que se desenvolvem verticalmente até mais de 15 mil metros. Dentro dessas tempestades, queda rápida de pressão faz o ar girar intensamente, formando uma coluna de ar em forma de cone que, ao tocar o chão, configura o tornado.

Portanto, o tornado não é o sistema meteorológico completo, mas um fenômeno localizado decorrente de uma tempestade severa que age em uma faixa estreita e por curto período.

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