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domingo, 24/11/2024
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Por que as ações da Netflix subiram após queda de quase 1 milhão de assinantes?

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Reação positiva do mercado ocorre em meio ao pior trimestre da empresa em número de clientes

Netflix irá oferecer, a partir de 2023, serviços mais baratos financiados via publicidade (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

As ações da Netflix saltam mais de 6% no pré-mercado após a divulgação do balanço do segundo trimestre na noite de ontem, 19. A razão? A companhia perdeu 970 mil assinantes no período, seu pior resultado trimestral da história.

Apesar de negativo, o dado foi suficiente para agradar os investidores. Isso porque a perda de quase 1 milhão de usuários da base ficou abaixo da expectativa de queda de 2 milhões que havia sido antecipada pela própria companhia de streaming.

A surpresa “positiva” deu força para os papéis da Netflix, que foram fortemente penalizados após o balanço do primeiro trimestre. No resultado anterior, a companhia reportou perda de 200 mil assinantes – sua primeira baixa da história – e as ações afundaram 35% no pregão seguinte.

Os papéis já recuaram 42% desde então, abrindo espaço para recuperação. “O mercado já bateu muito na Netflix no trimestre anterior, e agora começa a ouvir a empresa de novo para entender como será o movimento daqui para frente”, afirma Thiago Lobão, CEO da gestora Catarina Capital, focada no mercado de tecnologia.

A Netflix registrou lucro de US$ 1,44 bilhão no segundo trimestre – acima do US$ 1,35 bilhão do mesmo período do ano passado, mas abaixo do US$ 1,59 registrado no primeiro trimestre de 2022. O lucro por ação da companhia de streaming foi de US$ 3,20, acima dos US$ 2,94 por ação esperados pelo mercado.

Os planos da Netflix para aumentar a receita

Diferente do último trimestre, quando a empresa parecia estar paralisada pela queda de receita, a Netflix agora forneceu uma previsão de como pretende endereçar seu maior desafio: a rentabilização.

A grande novidade é que a Netflix irá oferecer, a partir de 2023, serviços mais baratos financiados via publicidade, complementando os planos existentes que permanecem sem anúncios.

“Daqui para frente, vamos nos concentrar em monetizar melhor a plataforma por meio da otimização contínua de nossas estruturas de preços e níveis, bem como a adição de uma nova camada suportada por anúncios de preço mais baixo”, informou a companhia, em relatório.

Grande parte do entusiasmo do mercado vem da Microsoft, que é parceira da  na solução de venda de anúncios em escala. Lobão aponta que o destaque dado à gigante de tecnologia cria expectativas no mercado de uma possível combinação de negócios.

“Entre pares como Amazon, Apple e Meta, a Microsoft é a única que não tem uma solução de conteúdo bem direcionada. O anúncio intensifica o burburinho de uma possível aquisição da Netflix pela Microsoft – que é improvável mas começa a ser especulada pelo mercado’, destaca.

Outra mudança que a empresa pretende implementar é o chamado “compartilhamento pago”, que quer acabar com a prática de diversas pessoas utilizarem a mesma senha para acessar o serviço. Os primeiros testes neste sentido serão lançados na América Latina, cobrando mais pelo compartilhamento de senhas entre pessoas que não moram na mesma casa.

Para o terceiro trimestre de 2022, a companhia projeta conquistar 1 milhão de novos assinantes.

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