A poluição do ar provoca 31 mortes precoces por dia no Estado de São Paulo, aponta relatório da Associação Paulista de Medicina. O documento é baseado em dados de 2015 da Cetesb, a Companhia Ambiental do Estado.
Segundo os especialistas, permanecer por duas horas no trânsito da capital paulista teria o efeito equivalente a fumar um cigarro.
Os médicos ressaltam que, há 16 anos, os níveis de poluentes estão acima dos padrões recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
A alta presença de tóxicos no ar é apontada como causa de doenças graves, como câncer de pulmão, arritmia cardíaca e derrame cerebral.
A diretora de Responsabilidade Social da Associação Paulista de Medicina, Evangelina Vormittag, ressaltou que, para os moradores, não há saída: “a partir do momento que você tem o ar poluído, não tem como você fugir disso”.
Vormittag acrescentou que a poluição do ar é vista como um problema menos grave pela população, já que os tóxicos não são visíveis.
O professor Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, destacou que a contaminação tem um custo alto: “se você fizer uma conta econômica mais abrangente, vamos ver que estamos pagando preço alto em perda de competitividade, horas perdidas no trabalho, atendimentos hospitalares e perdas de vida antes de completar o ciclo produtivo”.
Saldiva cobrou uma mudança no sistema de transportes e acrescenta que o uso cada vez maior de meios individuais agrava o problema.
Nesta segunda-feira, 14 de agosto, é comemorado o Dia de Combate à Poluição.