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terça-feira, 16/09/2025

Policial Civil Descobre Tráfico em Feira de Ceilândia

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Um policial civil infiltrado conseguiu descobrir o tráfico de drogas em uma conhecida banca na feira permanente do Setor P Norte, em Ceilândia. Um indivíduo foi visto vendendo cocaína por cinquenta reais para uma usuária no local. Após essa prisão em flagrante, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) fechou a banca chamada “trepa-trepa”.

A coluna Na Mira, do Metrópoles, revelou detalhes sobre uma rede de prostituição e venda de drogas no centro da feira do Setor P Norte. Após denúncias, a 19ª Delegacia de Polícia do P Norte realizou uma operação. A ação contou com um agente infiltrado, além de uma equipe que realizou filmagens e abordagens.

A polícia pegou um homem trocando objetos com uma mulher, que mais tarde foi identificada como usuária de drogas. Ela confirmou a compra de cocaína por cinquenta reais quando foi abordada pelos policiais. Com as imagens e o depoimento da mulher, os policiais prenderam o homem na saída da feira e fecharam o local.

Em setembro, o Metrópoles publicou uma reportagem destacando as atividades ilegais na Feira do Setor P Norte. No local, a venda de cerveja se misturava a um ambiente de apelo sensual e consumo elevado de álcool. Jovens mulheres, chamadas de “iscas”, vendem bebidas usando roupas curtas e linguagem provocativa para atrair principalmente homens.

As vendedoras, com idades entre 18 e 25 anos, recebem uma comissão por garrafa vendida, com a meta diária de pelo menos quinze unidades, o que pode render cerca de oitocentos reais por semana. Elas ganham cinco reais por garrafa mais ajuda para transporte. Apesar do clima sugerir prostituição, muitas afirmam que o trabalho é apenas a venda de bebidas.

As bancas operam com até seis mulheres, que atuam simultaneamente para vender bebidas geladas. O preço das cervejas é alto, uma long neck pode custar quinze reais ou mais, e um trio de garrafas “litrão” pode chegar a noventa e três reais. Frequentadores gastam valores elevados, às vezes de dois a três mil reais em uma tarde. Cada banca aposta em música alta, com estilos como funk, sertanejo e pagode, criando um ambiente festivo com bebidas, música e insinuações sexuais como estratégia de venda.

Na banca chamada “trepa-trepa”, o negócio vai além da venda de bebidas. A responsável combina o papel de comerciante com o de cafetina, mostrando fotos e vídeos de garotas de programa e afirmando que há sempre garotas disponíveis para os clientes. Ela mencionou ter organizado festas privadas para políticos, incluindo deputados, e que pagou valores como setecentos reais para cada menina nessas ocasiões.

O empreendimento das “iscas” envolve mulheres principalmente entre 18 e 25 anos, com meta de venda diária de quinze garrafas, preço médio entre quinze e trinta e um reais por unidade, comissão de cinco reais por garrafa, chegando a uma renda semanal de até oitocentos reais.

Apesar de parecer um ponto de prostituição, nem todas as jovens se envolvem em programas sexuais. Para muitas, é uma forma de complementar a renda, mesmo enfrentando riscos, assédio e exposição. Enquanto isso, boxes tradicionais da feira permanecem fechados por falta de clientes, enquanto as bancas de bebidas e sedução ficam lotadas nos dias quentes em Ceilândia.

Essa cena na feira mostra um modelo de negócio que mistura entretenimento, venda de bebidas e insinuações sexuais, levantando questões sobre exploração, trabalho informal e, em alguns casos, prostituição.

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