Um agente tem 17 anos de serviços ao Capitólio e diz que foi ferido na cabeça e nas costas e alvo de agressões racistas. O outro trabalha há 11 anos na sede do Congresso americano e diz que sofreu ferimentos nas mãos e joelhos e foi atingido com produtos químicos no rosto e no corpo.
Dois policiais do Capitólio dos Estados Unidos processaram Donald Trump e acusam o ex-presidente americano de ter incitado a violenta invasão ao Congresso em 6 de janeiro.
Um policial morreu e dezenas ficaram feridos no ataque. Além de Brian Sicknick, quatro invasores também morreram.
James Blassingame e Sidney Hemby, os policiais que apresentaram a ação em um tribunal federal em Washington na terça-feira (30), dizem ter sofrido “ferimentos físicos e psicológicos” nos confrontos.
“Os insurgentes foram estimulados pelo comportamento de Trump, que ao longo de vários meses levou os seus seguidores a acreditar em sua falsa alegação de que estava prestes a ser retirado à força da Casa Branca por causa de uma grande fraude eleitoral“, afirmam os policiais no processo.
“A turba de insurgentes — que Trump inflamou, encorajou, estimulou, dirigiu e incitou — entrou à força e passou por cima dos demandantes e seus colegas, perseguindo-os e atacando-os”, aponta a ação.
Na ocasião, o então presidente estava em seus últimos dias na Casa Branca e se negava a reconhecer a vitória do seu oponente, Joe Biden. A invasão ocorreu após discurso de Trump e durante a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral (procedimento que deveria ser uma mera formalidade).
Blassingame, um policial negro com 17 anos de serviços ao Capitólio, afirma que foi ferido na cabeça e nas costas e ainda sofre as sequelas psicológicas do ataque. Ele também diz que foi alvo de agressões racistas por parte dos seguidores do ex-presidente.
Hemby, que trabalha há 11 anos na sede do Congresso americano, diz que sofreu ferimentos nas mãos e joelhos depois de ser pressionado contra as portas do Capitólio. Ele também diz ter sido atingido com produtos químicos no rosto e no corpo durante o ataque.
Blassingame e Hemby pedem compensações de ao menos US$ 75 mil dólares cada um (cerca de R$ 430 milhões atualmente), assim como um valor não revelado por danos punitivos.