Os policiais penais do Distrito Federal, que monitoram a residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde ele cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, receberam instruções rigorosas sobre sua conduta. Essas ordens foram estabelecidas após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com a finalidade de prevenir qualquer tipo de ligação ou proximidade entre os agentes de segurança e os moradores ou funcionários da casa.
De acordo com a orientação, os policiais de plantão estão proibidos de aceitar alimentos ou água dos empregados ou familiares do ex-presidente. Essa medida visa evitar o estabelecimento de relações próximas que possam comprometer a imparcialidade e a segurança das operações.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada na noite de segunda-feira (4/8), após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar risco real de fuga. Atualmente, ele cumpre a pena em sua residência em Brasília, com monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Há preocupações sobre uma possível tentativa do ex-presidente de buscar refúgio em embaixadas ou solicitar asilo em outros países. Diante disso, o ministro Alexandre de Moraes ordenou um aumento na vigilância técnica especializada para garantir a segurança.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal informou que as casas vizinhas, localizadas nas laterais e nos fundos da residência, criam pontos cegos na vigilância. Para minimizar o risco, o ministro autorizou inspeções em todos os veículos que saírem da casa, com registro detalhado dos veículos, motoristas e passageiros. Esses registros devem ser encaminhados diariamente ao juízo responsável.
Alexandre de Moraes destacou que, apesar de respeitar a privacidade dos familiares que vivem com Bolsonaro, a prisão domiciliar impõe limitações à liberdade. Ele enfatizou que essa forma de prisão inclui restrições parciais à privacidade e à intimidade do custodiado, o que é necessário para garantir a efetividade da medida.
Com essas novas regras, a rotina na residência do ex-presidente passou a contar com vigilância intensificada, medidas para impedir possíveis fugas e uma maior distância entre os policiais e os moradores, visando assegurar o cumprimento da decisão judicial.