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sábado, 20/12/2025

Policiais do Denarc presos por suspeita de receber propina do PCC para parar investigação

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Francisco Lima Neto
São Paulo, SP (FolhaPress)

Na manhã desta quarta-feira (10), uma operação do Ministério Público de São Paulo deteve dois policiais do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) e um advogado, acusados de receber propina do PCC (Primeiro Comando da Capital) para interromper uma investigação contra um integrante da facção criminosa. Um terceiro policial do departamento também está sendo investigado.

A operação chamada Mata-Nota foi realizada em conjunto pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a Corregedoria da Polícia Civil e a Polícia Federal.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que apoia a operação, afirmando que não aceita desvios de conduta por parte de seus agentes e que todas as medidas administrativas e judiciais serão tomadas.

Os dois policiais e o advogado foram presos preventivamente por ordem da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. O terceiro policial investigado não foi preso por enquanto.

O advogado preso é Ademilson Alves de Brito, que já tem condenações anteriores por extorsão mediante sequestro e associação criminosa. A defesa dele ainda está sendo procurada.

A Justiça autorizou mandados de busca e apreensão em residências e na sede do Denarc, além do bloqueio e confisco de bens no valor de R$ 1 milhão, quantia que teria sido paga como propina pelo advogado aos policiais.

De acordo com a Promotoria, em 2024, um homem foi preso transportando 345 kg de drogas escondidas em um caminhão frigorífico. A partir da quebra do sigilo de dados, foi encontrado um vídeo mostrando a negociação de pagamento para encerrar uma investigação contra um traficante conhecido como Costurado, que atua na parte financeira da facção em Jarinu, interior de São Paulo. Essa investigação acabou sendo paralisada.

O vídeo, gravado em maio de 2024, mostra uma videochamada entre dois policiais do Denarc, o advogado e uma menção ao terceiro policial. Pouco tempo depois, os policiais adquiriram imóveis cujo valor não condiz com o salário recebido pelo estado, conforme apontou o Gaeco.

A Promotoria ressaltou que o advogado já foi condenado por extorsão mediante sequestro e associação criminosa.

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