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quinta-feira, 21/08/2025

Policiais condenados e absolvidos em caso de mortes na Chapada

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Goiânia – Dois policiais militares foram condenados e cinco absolviodos em um caso envolvendo a morte de quatro homens durante uma ação na Chapada do Veadeiros, no município de Cavalcante. O júri, iniciado na última terça-feira (19/8), terminou na madrugada de quinta-feira (21/8) e ainda cabe recurso.

Segundo a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), o ocorrido foi em janeiro de 2022, e as vítimas foram mortas com 58 disparos de arma de fogo. O julgamento foi presidido pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida.

O MPGO denunciou os sargentos Aguimar Prado de Morais e Mivaldo José Toledo, o cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos e os soldados Luís César Mascarenhas Rodrigues, Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida, Welborney Kristiano Lopes dos Santos e Eustáquio Henrique do Nascimento, por homicídio qualificado e fraude processual.

Contexto do Caso

O incidente ocorreu em 20 de janeiro de 2022, quando a polícia militar informou à Polícia Civil que uma equipe foi a uma propriedade rural de difícil acesso após denúncia de uma grande plantação de maconha.

Os policiais relataram terem sido recebidos a tiros ao chegarem, reagindo com aproximadamente 60 disparos. Além dos quatro mortos, três outras pessoas conseguiram fugir.

O delegado que conduzia a investigação inicial, Alex Rodrigues, afirmou que foram encontrados cerca de 500 pés de maconha no local, além de porções prontas para consumo. Parte da droga foi queimada antes da chegada da Polícia Civil.

Vítimas

  • Salviano Souza da Conceição, 63 anos, morador da propriedade, trabalhador rural e guia turístico;
  • Ozanir Batista da Silva, 47 anos, conhecido como jacaré, trabalhador rural desempregado, ajudando na colheita de milho;
  • Antônio da Cunha Fernandes, 35 anos, conhecido como Chico Kalunga, quilombola e desempregado;
  • Alan Pereira Soares, 27 anos, com experiência em entregas e serviços industriais, desempregado, deixou uma filha e uma companheira grávida.

Após a tragédia, diversas entidades da sociedade civil e movimentos sociais assinaram uma nota de repúdio pedindo justiça e destacando que os falecidos eram pacíficos e conhecidos da comunidade.

Decisões Judiciais

O sargento Aguimar Prado de Morais foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Antônio da Cunha Fernandes. O soldado Luís César Mascarenhas Rodrigues recebeu pena de 6 anos em regime semiaberto pelo homicídio de Salviano Souza.

O juiz destacou que o sargento comandou a operação de maneira desorganizada e com informações incorretas sobre as vítimas, resultando em ação criminosa.

O sargento teve a pena reduzida por ter confessado o crime, e o cumprimento da pena deverá ser imediato. Já o soldado teve a culpabilidade considerada média, pois agiu sob ordens.

Outros cinco réus foram absolvidos pela morte de Ozanir Batista da Silva e Alan Pereira Soares: Mivaldo José Toledo, Jean Roberto Carneiro dos Santos, Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida, Welborney Kristiano Lopes dos Santos e Eustáquio Henrique do Nascimento.

Os policiais respondiam ao processo em liberdade conforme decisão judicial.

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