A Polícia Federal realizou uma operação nesta manhã, chamada Operação Opções Binárias, visando desmantelar uma organização criminosa que teria movimentado mais de 50 milhões de reais de forma ilegal através de plataformas e casas de apostas irregulares.
O grupo é investigado por diversos crimes, incluindo lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital. A ação está acontecendo em cinco estados e envolve empresários, influenciadores digitais e contatos no exterior, incluindo cidadãos chineses.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em locais como São Fidélis (RJ), Campos dos Goytacazes (RJ), Rio de Janeiro (Barra da Tijuca e Recreio), Goiânia, Manaus, Santana do Parnaíba (SP) e Barra do Bugres (MT). Também há mandados em empresas situadas em São Fidélis.
Quatro pessoas investigadas enfrentam medidas cautelares, incluindo proibição de atuar em plataformas de investimento, jogos e apostas, recolhimento domiciliar noturno e restrições de deslocamento. A Justiça ordenou a apreensão de veículos, valores em contas bancárias, aplicações financeiras e a suspensão das atividades de duas empresas suspeitas.
As investigações indicam que a organização atuava de forma estruturada e diversificada no mercado ilegal de apostas online e opções binárias. Parte do esquema envolvia a compra de serviços de manipulação de plataformas em parceria com contatos chineses, vendidos a terceiros com promessas de lucro garantido.
Além disso, influenciadores digitais foram contratados para promover essas plataformas e opções binárias nas redes sociais, lucrando diretamente com as perdas financeiras dos apostadores.
Também foi criada uma plataforma própria para atrair clientes, que ao conseguir lucros e tentar sacar dinheiro, tinham suas contas bloqueadas para impedir retiradas, mantendo assim os ganhos ilícitos da organização.
Em cerca de dois anos, um dos investigados teria recebido sozinho mais de 28,3 milhões de reais sem respaldo financeiro. Estima-se que o grupo captou ilegalmente mais de 50 milhões no período.
A Polícia Federal ressalta que essas plataformas não são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e funcionam como apostas de alto risco, similares a jogos de azar, deixando os investidores sem proteção legal. Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.
