Crimes eram praticados principalmente contra idosos em situação de vulnerabilidade social. Sete pessoas são investigadas
Um grupo criminoso que praticava fraudes bancárias em Santa Maria e São Sebastião está na mira da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Por meio da operação “Apate 3”, conduzida pela 15ª Delegacia de Polícia, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Santa Maria e São Sebastião. No total, sete pessoas são investigadas, sendo quatro homens e três mulheres. Durante a ação, foram apreendidos celulares e computadores, que serão analisados para aprofundar as investigações.
De acordo com a polícia, os crimes eram praticados especialmente contra idosos em situação de vulnerabilidade social. O nome da operação faz referência a Apate, figura da mitologia grega conhecida por ser a personificação do engano, da fraude e do dolo. A escolha do nome reflete o modo de agir dos investigados, que utilizavam artifícios de manipulação e fraude para ludibriar as vítimas e cometer crimes bancários de forma sofisticada. Esta é a terceira fase de operações com foco nesse tipo de conduta delitiva, daí a designação “Apate 3”.
Dinâmica
O grupo aliciava os idosos empregando uma abordagem presencial e fraudulenta. Eles se dirigiam à casa deles, apresentando-se como supostos funcionários do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Já de posse dos dados pessoais do idoso, informavam que ele havia sido contemplado com uma cesta básica. Durante a abordagem, pediam para tirar fotos do idoso, alegando ser um procedimento para comprovar a entrega do benefício.
Dias depois, a vítima era surpreendida com sua conta bancária zerada e diversos empréstimos realizados em seu nome, sem qualquer autorização. Essas imagens e dados pessoais eram usados pelos criminosos para abrir contas digitais em nome da vítima e contratar empréstimos fraudulentos, cujo valor era rapidamente transferido para contas controladas pelo grupo.
Após o golpe presencial, o grupo utilizava uma estrutura digital sofisticada. A conta original da vítima era invadida e os valores transferidos para uma conta digital aberta em nome da própria vítima, mas sob controle dos criminosos. Em seguida, os valores eram transferidos para diversas outras contas, em etapas e frações, para dificultar o rastreio. Os investigados utilizavam múltiplas chaves Pix, que eram criadas e excluídas em sequência, dificultando o trabalho investigativo. Os valores eram repassados para terceiros, familiares e contas de empresas, sendo rapidamente sacados, gastos ou novamente pulverizados.
A investigação, que contou com o apoio de instituições financeiras e autorização judicial para quebra de sigilos bancários e telemáticos, agora avança para a análise dos celulares e computadores, a fim de identificar novos participantes, mentores intelectuais e conexões com outras fraudes semelhantes.